A população do Conjunto Selma Bandeira comemorou, nesta segunda-feira (13), com a visita do governador Teotonio Vilela Filho e do secretário de Estado da Defesa Social (Seds), Dário Cesar, os três anos de atuação da Polícia Comunitária na localidade. Segundo dados recentes da Seds, o índice de criminalidade no entorno caiu cerca de 75% desde a implantação da base.
O projeto-piloto foi implantado oficialmente no dia 12 de agosto de 2009 e o conjunto também se tornou objeto de estudo e pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O conjunto tem oferecido bons exemplos ao País em função dos resultados obtidos desde a implantação do projeto-piloto da base.
A equipe é formada por 17 policiais que se revezam 24 horas por dia. Uma das estratégias é estreitar a relação de confiança entre moradores e PMs por meio de visitas constantes para evitar algum tipo de crime.
De acordo com o comandante da base, sargento Hamilton Eliziário, antes da instalação da base, a média de homicídios na comunidade era de cinco casos por mês. “Antes, a realidade era bem diferente da atual. As ocorrências que poderiam ser registradas em um ano ocorriam em apenas um mês. Depois da Polícia Comunitária, os moradores se sentem seguros”, atesta o comandante.
Em três anos de atuação, os policiais fizeram pouco mais de 500 visitas às residências dos moradores. “Quando a gente chegou aqui, as crianças apontavam o dedo como se estivessem atirando contra as viaturas. Hoje, quando uma guarnição passa, elas acenam com carinho”, completou o militar.
Junto com o trabalho de segurança, os 17 policiais elaboram uma ficha de cadastro onde são colocados todos os problemas detectados com determinada família visitada. Um relatório é feito e a demanda é encaminhada para os órgãos competentes para que possam ser resolvidos.
Além da comunidade do Selma Bandeira, o trabalho atende ainda os conjuntos Paulo Bandeira e Luiz Pedro 3, com uma população estimada em nove mil habitantes.
Diminuição da criminalidade
A diminuição da crimilidade é atestada por moradores como Aldejane Ferreira da Silva, morador do Selma Bandeira há cinco anos e proprietário de uma mercearia localizada no conjunto. Aldejane é testemunha da melhoria da qulidade de vida proporcionada pela instalação da base de Polícia Comunitária.
“Antes de a polícia comunitária se instalar por aqui, sofri quatro assaltos e dois arrobamentos, além de presenciar alguns assassinatos perto da minha casa. Depois que a polícia veio, nunca mais houve nada disso”, relata o comerciante.
A mesma sensação de segurança é destacada pela moradora Adriane Silva Santos, residente do local há 14 anos. Mãe de quatro filhos, Adriane ressalta o trabalho da polícia comunitária. “A gente não podia nem abrir as portas, fosse pelo dia ou pela noite. Agora meus filhos já podem brincar na rua, sem problemas”, garante.
Egresso do bairro do Jacintinho, o também morador Ronaldo José reside há quatro anos no Selma Bandeira e faz questão de ressaltar as mudanças. “O trabalho dos policiais trouxe segurança para todos nós e intimidou quem só queria bagunçar nessa área”, completou o morador.
Parcerias
Durante esses três anos, a base de Polícia Comunitária do Selma Bandeira firmou parcerias importantes para o desenvolvimento da comunidade. Entre elas, destacam-se ações como o trabalho da ONG Visão de Anjos, que levou à comunidade o atendimento a idosos com problemas de cataratas. Aproximadamente 350 pessoas já foram atendidas.
Outro trabalho relevante no local é do Anjos da Paz, que encaminhou 80 jovens e adultos com dependência a drogas, que foram devidamente acolhidos pelas comunidades terapêuticas espalhadas pelo Estado.
Em relação à educação, a base de Polícia Comunitária conseguiu firmar convênio com o projeto Mova Brasil, da Petrobras, que atende 90 pessoas dentro do projeto Educação para Jovens e Adultos (EJA). Além disso, o Selma Bandeira conta ainda com um núcleo do projeto Bombeiros Mirins, que atua também nas outras base de policiamento comunitário.