O Governo do Distrito Federal autorizou o comando da Polícia Militar do DF contratar voluntários entre os policiais militares que estão na reserva, e 100 deles deixaram o pijama sobre a cama e se apresentaram para servir novamente.
Óxente, seu menino! E é Alagoas, é?
Pois é; se no Distrito Federal, com a polícia mais bem paga da América Latina, a violência chegou a esse ponto que o efetivo de 16 mil homens não dá conta, então é porque o quadro é ruim mesmo em todo o país.
É verdade que em Alagoas, onde policiais se manifestam publicamente em defesa de candidaturas de políticos; onde policiais disputam mandato eletivo usando a instituição pública de segurança; onde policiais se matam entre si por divergência na divisão dos produtos dos crimes que praticam, a situação é bem mais complicada.
Para agravá-la tem a demagogia dos que prometem o que sabem que não podem realizar e a politicagem que emperra tudo.
A violência em Brasília extrapolou o limite da tolerância urbana; existem áreas onde a criminalidade tem o domínio completo e tudo isto com a polícia mais bem paga e mais bem aparelhada do país – são quatro helicópteros e mais de 100 viaturas, e isto só na PM.
E ninguém consegue deter a escalada da violência no Distrito Federal, com maior gravidade nas cidades do entorno.
Todos culpam as drogas, especialmente o “crack”, mas ninguém discute o método falido de combate; ninguém discute o modelo policial brasileiro inoperante, porquanto difuso – são muitas policias para um crime só, e ninguém consegue deter o crescimento do crime.
Ainda bem que a polícia em Brasília não tem os vícios nefastos da polícia de Alagoas. Mas, a violência está ainda muito longe de ser contida aqui, aí e em todo o lugar porque o modelo de segurança pública no Brasil estimula a corrupção e a inoperância.
E as leis favorecem o crime; imagine que temos o foro privilegiado e que todo brasileiro tem o direito de matar um.
Só um!