Um coronel, um tenente e um sargento foram punidos com 10 dias de detenção por terem ajudado a deputada Thaíse Guedes a se livrar da lei e manter a posse de um veículo irregular e, ainda por cima, dirigido por inabilitado.

Para relembrar:

A deputada Thaíse Guedes foi flagrada numa blitz com o carro dela com documentação atrasadas, inclusive o seguro, e dirigido por um amigo sem habilitação. Na famosa e inadmissível ação da “carteirada da autoridade”, primeiro tentou se safar na manha.

Não deu jeito.

Aí apelou para o “comandante do batalhão da Assembleia”, que despachou um tenente e um sargento para a missão de livrar os transgressores da lei.

Digamos que a questão do veículo da deputada estar sendo conduzido por um inabilitado poderia resultar num acordo, e a deputada arranjaria um motorista habilitado para levá-la até em casa.

E nisso, o oficial cumpridor do seu dever se propôs a fazer e foi rechaçado pela deputada – que queria fazer impor a sua autoridade, ainda que não lhe dê direito de andar fora da lei.

Vejamos: se o motorista inabilitado tivesse provocado um acidente? Se tivesse atropelado e matado alguém? Cadê o seguro do carro?

Não tinha.

A deputada Thaise Guedes faltou com o decoro parlamentar. Mas, como sequer foi advertida, deve ser normal faltar com o decoro no Legislativo alagoano.

Felizmente, para que a sociedade alagoana ainda mantenha aquela luz tênue da esperança na lei, não é assim na Polícia Militar – que puniu o coronel, o tenente e o sargento por darem guarida ao absurdo.

Absurdo? Que absurdo? Entregar o veículo para inabilitado? Não pagar os impostos devidos ao Estado? Ah, isso não é absurdo pelo menos para a Assembleia.

O absurdo foi uma guarnição guardiã da lei não aceitar a proposta imoral para burlá-la e livrar do enquadramento quem estava todo desenquadrado.

Ou seja: absurdo e fazer cumprir a lei. Triste Alagoas! Oh! Quão dessemelhante...

PS - Acho que o tenente e o sargento cumpriram ordens. A culpa maior é do coronel, que tem tempo e "gemadas" para saber que a lei existe para ser respeitada, inclusive, pelos deputados.