O desembargador Orlando Manso evita dar a opinião em público, mas para o público interno e restrito ele garante que o ex-governador Ronaldo Lessa está inelegível.

A posição de reserva do desembargador, que até pediu afastamento da presidência do Tribunal Regional Eleitoral, tem como motivo a peleja judicial que ele trava com Lessa – e já ganhou.

Mas a inelegibilidade de Lessa não se deve à peleja com o desembargador, mas as pendências que ele deixou correr solta com a Justiça Eleitoral.

São duas pendências:

1)A que trata do pagamento atrasado da multa imposta pela Justiça Eleitoral devido à condenação, por abuso de poder político, em 2006.

2 A que trata do débito fiscal de R$ 21 mil, incrito na Dívida Ativa da União.

Lessa pagou a multa vinte dias depois do prazo. O advogado Marcelo Brabo não vê problema impeditivo à candidatura por conta disso, mas a lei reza o contrário – ou seja: depois do prazo não vale.

Empatado tecnicamente com o candidato Rui Palmeira, de acordo com a pesquisa do GAPE, Lessa revive a síndrome da impugnação, que tem sido um adversário cruel. Aliás, antes de vencer no voto, Lessa terá de vencer no verbo, ou seja, na presunção de inocência perante a Justiça.

E se Lessa não puder ser candidato, como vai ficar a oposição?

Dizem que Lessa vai disputar a eleição “sub judice” na expectativa de se eleger e ganhar tempo, considerando que a Justiça levará tempo para dar a sentença final e irrecorrível. Quem sabe até concluirá o mandato, tantos são as brechas para se sobrestar, procrastinar, chicanar, atrapalhar e não sei mais o que ar na chance de empurrar com a barriga o martelo final.

O eleitor novamente estará na dúvida: Lessa é candidato ou não é? E isto é tudo o que os adversários dele esperavam.