Na quinta-feira, 12, enquanto a bancada alagoana aguardava a audiência com a ministra do Meio-Ambiente, Izabella Teixeira, para discutir o veto do Ibama ao estaleiro de Alagoas, o senador Fernando Collor já sabia que o “Fantástico” iria exibir no domingo a entrevista com sua ex-esposa Rosane Malta.

Mas, nem pareceu preocupado; não haveria nada que Rosane pudesse dizer que já não tivesse sido dito, ou seja, não havia nada de novo no front e Collor ainda se recusou a dar entrevista para rebater as acusações.

-“Não falo nem 1 minuto, nem meio (minuto)” – disse ao produtor do Fantástico que lhe ligou insistentemente querendo ouvi-lo.

Quando ainda estávamos no Ministério do Meio-Ambiente, um amigo meu me passou a informação privilegiada sobre a entrevista de Rosane e eu liguei para o jornalista Carlos Melo, diretor-editor do Cada Minuto, avisando-o.

-“Vou dar uma nota” – disse o Carlinhos e eu ponderei que, apesar do informante ser idôneo, o melhor era a gente aguardar porque o Collor não quis falar e o Fantástico poderia suspender a matéria.

Quer dizer: nem para a gente, que nada tem a ver com o caso, a entrevista de Rosane surpreendeu.

Mas, a entrevista foi um tiro no pé. Além de não ter atingido o objetivo, a entrevista teve o efeito devastador para a imagem da ex-primeira-dama. O que ficou para o publico foi uma mulher ressentida, insatisfeita e instável, que trocou o terreiro de umbanda pelo púlpito evangélico; que deseja um “salário” de R$ 40 mil para se igualar ao “salário” de uma amiga que se separou recentemente.

E o pior: a entrevista encalhou o livro dela que sequer foi lançado. Se há mesmo sinceridade na conversão ao Evangelho, a ex-primeira-dama precisa ler a Bíblia com mais intensidade para superar as tentações.

Quanto ao Fantástico, é recomendável não requentar matéria porque é a pior pauta de um jornalista.