A ministra do Meio-Ambiente, Izabella Teixeira, se queixou das ameaças anônimas contra funcionários do Ibama em Alagoas pelo veto ao estaleiro.
No encontro com a bancada federal alagoana, a ministra negou o caráter político no parecer do Ibama, se comprometeu a discutir ponto por ponto o relatório que vetou o estaleiro, e pediu cautela para não colocar em risco a integridade dos funcionários do órgão.
Mas, convenhamos, que foi o Ibama quem começou tudo. Onde já se viu o Ibama apresentar um relatório sobre impacto ambiental questionando a favelização e a falta de estrutura de saúde e educação?
Acreditem se quiser, mas o Ibama fez isto em relação ao estaleiro alagoano. Depois de verificar a extensão da mancada, o Ibama se apressou em desautorizar o relatório afirmando que se tratava de opinião pessoal e extraoficial.
Tarde demais.
No segundo o relatório, o Ibama diz que não vetou o estaleiro alagoano e sim o local. Ora veja, pois se trata de uma inteligente saída: o veto ao local implica no atraso do projeto alagoano, em beneficio dos estaleiros do Espirito Santo, da Bahia e de Pernambuco – que luta agora pelo terceiro estaleiro.
É o mesmo que dizer: não sou contra o estaleiro em Alagoas, mas ele tem que ser construído longe do mar.
O senador Renan Calheiros, que os servidores do Ibama colocaram na berlinda devido ao pedido de vista ao projeto criando mais empregos no órgão, explicou que sempre ajudou o Ibama e que o pedido de vistas num projeto é um direito regimental do parlamentar para que possa ser analisado com calma.
A ministra Izabela Teixeira disse que não admitia a conotação política no trabalho do Ibama e garantiu que “nada está perdido”em relação ao estaleiro alagoano.
Mas, aqui para nós, depois de Pernambuco apresentar o projeto para construir o terceiro estaleiro, se o alagoano não tiver cuidado, o estaleiro em Coruripe vai virar uma oficina de reparo de motores.
Lembram-se da termelétrica?
Pernambuco não tem gás, mas tem termelétrica; Alagoas tem gás e não tem termelétrica porque tem que mandar o gás para Pernambuco.
É mais ou menos assim: se Alagoas fosse uma vaca leiteira, o queijo, o iogurte e a manteiga teriam de ser fabricados fora.