Na eleição para governador em 2006, o ex-governador Geraldo Bulhões pediu ao amigo Aderval Viana para ligar para o João Lyra. Faltavam ainda quinze dias para o pleito e todos diziam que João Lyra estava eleito.
Amigo fiel, Aderval fez de tudo para colocar João Lyra em contato com Geraldo Bulhões e não conseguiu.
- “Ligue então para o Celso” – sugeriu Bulhões ao se referir ao ex-deputado Celso Luiz, candidato a vice-governador.
Estabelecido o contato com Celso Luiz, o ex-governador Geraldo Bulhões disse a ele (Celso) o que desejava dizer diretamente a João Lyra faltando duas semanas para a eleição.
- “Diga ao João Lyra que não gaste mais dinheiro não porque ele vai perder a eleição” – foi o recado direto de Bulhões, que não se sabe se chegou até João Lyra. Só se sabe que o resultado das urnas foi antecipado por Bulhões quinze dias antes de contarem os votos.
E o que levou o ex-governador Geraldo Bulhões a fazer a previsão com tanta certeza? Talvez o amigo Aderval Viana saiba e mantenha para si, e enquanto isso deixa-se a margem às especulações:
1) Uma eleição majoritária exige ingredientes que passam despercebidos como detalhes e quem não os vê sofre as consequências.
2) João Lyra montou a “Arca de Noé”, como definiu depois o hoje vice-governador José Thomaz Nonô, acreditando que poderia repetir o milagre de manter o bode e a onça pacificamente e obedientes.
3) Igual a guerra, numa eleição é preciso saber o momento certo de atirar para não gastar munição à toa.
Transportando para a eleição municipal este ano em Maceió, o favoritismo do ex-governador Ronaldo Lessa tem dois “calcanhares de Aquiles” que podem lhe ser fatal.
1) A inconstância nas pesquisas. Lessa liderava as pesquisas para o Senado em 2006 e foi despencando, despencando, até perder a eleição para o Collor.
2) A pendência judicial. Lessa já foi prejudicado pela incerteza que os adversários fazem prosperar na cabeça do eleitor quanto à legalidade da sua candidatura.
Além do Rui Palmeira, do Jeferson Moraes e dos demais adversários na disputa pela prefeitura, Lessa terá primeiro de superar esses dois obstáculos internos – que fazem os analistas, iguais a Geraldo Bulhões, enxergar o que os outros não veem.