O primeiro relatório do Ibama vetando o estaleiro em Alagoas seria hilário se não fosse uma peça escrota.
Escrota porque o Ibama opinou sobre o que não é da sua competência e jamais será. No primeiro relatório, o Ibama diz:
1) O estaleiro iria atrair migrantes que gerariam uma favela em Coruripe.
2) O estaleiro iria atrair demandas para a saúde e a educação, setores onde o Estado (Alagoas) é reconhecidamente carente.
Seria cômico se não fosse escroto – que me desculpe a expressão, pois outra não há. O que é que o Ibama tem a ver com isso? O mesmo que o Ibama tem a ver com a TPM e as previsões da mãe Diná.
Nada. Exceto se o primeiro relatório foi produzido sob encomenda. Talvez envergonhado pela peça que produziu, o Ibama qualificou o primeiro relatório como “opinião pessoal” de técnicos do órgão. Agora seja!
Aí veio o segundo relatório depois de uma longa espera de dois anos. Nesse segundo relatório o Ibama diz que “não vetou” o estaleiro, e sim o local escolhido.
Durma com um barulho desses. O Ibama não vetou o estaleiro, apenas quer que o estaleiro de Alagoas seja construído longe do mar. Não é engraçado?
E agora o Ibama, pelos seus funcionários, investe contra o senador Renan Calheiros por ter retido um projeto de “trem de luxo” no órgão e distribuiu um manifesto dizendo que Renan é contra os servidores.
-“Não aceito a pecha de que sou contra os servidores do Ibama. O que eu quero é que o Ibama me explique o critério adotado para o estaleiro de Alagoas, que é único, que é exclusivo, pois não é o mesmo critério que o Ibama adotou em relação aos estaleiros de Pernambuco, da Bahia, do Espirito Santo e de Santa Catarina. Apenas isso” – sustentou Renan.
Para hipotecar solidariedade a Renan, os senadores Eduardo Braga, líder do governo, Gim Argello e Armando Monteiro pediram aparte e reconheceram o direito de Alagoas de receber tratamento igual em relação ao estaleiro.