Não, infelizmente não foi a greve dos professores universitários federais. A greve que acabou foi a mais comentada e acompanhada pela população brasileira ultimamente: a greve das quengas do Bataclan de Maria Machadão em Ilhéus/Bahia no saboroso romance “Gabriela” do inigualável Jorge Amado.
A outra, a greve dos professores universitários federais que já conta com quase dois meses de paralisação até agora não tem dia, hora e nem previsão para terminar. A imprensa mal comenta e a repercussão não chega perto sequer do movimento “quenguístico” da literatura brasileira. Nem importando a Zarolha do romance!
Se a vida imitasse a arte uma greve de quengas receberia, com certeza, melhor tratamento, pois até agora o governo federal se recusa a abrir um canal de negociação e acha que os docentes pesquisadores deste país são de nível inferior, embora a exigência de mestrados e doutorados seja sim muito superior ao vergonhoso salário que se paga neste país onde a educação é prioridade só em época de campanha eleitoral.
Professores universitários pesquisadores com mestrado/doutorado recebem muito menos que qualquer função de nível médio em qualquer cargo público no Poder Executivo Federal. Não se justifica que o ínfimo aumento de apenas 4% (quatro por cento) ofertado ano passado sequer tenha sido repassado e incorporado aos salários dos docentes.
Outro absurdo a ser publicizado: a artimanha de incorporar gratificações sem um aumento efetivo salarial fez com que o salário de um professor universitário hoje seja de parcos e ridículos R$557,00 (Quinhentos e cinquenta e sete reais), isso mesmo, muito menos do que um salário mínimo. Não é admissível que um país que se vangloria de ser a sexta economia do mundo esteja em vergonhosa 84.ª posição quando o assunto é educação.
Mas parece que a greve não vai merecer tanto destaque assim, pois a educação, como disse, só é linda de se ver em propaganda eleitoral e por falar nela dia 05 de julho..., ops deixa para lá, voltemos ao Bataclan, porque sacanagem por sacanagem sou mais a apimentada escrita no romance do imortal baiano Jorge Amado.
E viva Gabriela!