A decisão do Ibama vetando a construção do estaleiro em Alagoas só surpreendeu aos que se esqueceram daquela propaganda: se no Recife tem, na Casa do Colegial também tem.
Surpreendeu também aos se esquecem facilmente dos fatos ou não os aliam a atos, desejos, cobiça, etc.
Vamos por partes:
Alagoas possui a maior reserva de gás natural dissociado do petróleo, no país, mas não tem termelétrica – que foi construída em Pernambuco, para ser alimentada pelo gás alagoano.
Na disputa pela termelétrica, Alagoas perdeu e o que se apresentou como compensação foi a construção da UPGN – Unidade de Processamento de Gás Natural – que não passa de uma bomba para encher botijão de gás.
Dos nossos 2,8 milhões de metros cúbicos de gás por dia que produzimos 80% vão para a Bahia, Sergipe e Pernambuco.
Fico de cá a pensar: o que é que Alagoas tem que os outros estados não tem – ou o contrário: o que os outros estados têm que Alagoas não tem?
Ah! Será que é porque somos o único estado brasileiro que não foi conquistado nem desmembrado?
Ah! Será que pagamos o preço da maldição ao nos colocarmos contra a revolta pernambucana em 1817?
Pois o mangue que o Ibama viu para ser preservado em Coruripe, e assim vetar a construção do estaleiro, não é nada diante do que foi desmatado em Pernambuco para construção do estaleiro.
Não chega a 100 hectares, ou seja, menos de 10% da área que Pernambuco desmatou para construir o seu estaleiro.
O pior, amigos internautas, é que o Mar Morto ainda estava doente e já se sabia do veto do Ibama ao estaleiro de Alagoas.