A expectativa criada com a vinda do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a Alagoas, para anunciar o Plano de Combate à violência, pode se tornar numa grande frustração se os resultados não forem o esperado pela sociedade – que tem pressa, além de medo.
O plano está sendo anunciado como panaceia, o que não é aconselhável, pois a cura dos males da violência depende de vários fatores e em todos eles a presença eficiente do Estado é mais que fundamental – é decisiva.
A questão não é o plano em si, mas quem vai executá-lo e quais as armas que dispõe. Não se trata propriamente de armas de fogo – que fazem parte do plano, sim – mas também das armas que garantem a satisfação de quem está empenhado.
É importante que os policiais estejam treinados e motivados, e essa motivação todos sabem que passa pela remuneração e a logística. Com a vinda da Força Nacional estabeleceu-se esse confronto de remuneração, com uns ganhando bem e outros ganhando mal.
Se for mantida a distorção, o plano de combate à violência começa promovendo essa competição entre desiguais sujeitos ao mesmo perigo.
Outra questão é que a sociedade precisa ser ouvida, porque nem sempre o que a sociedade deseja está contido num plano elaborado em Brasília. O que, por exemplo, deve ser feito para se combater a violência em Alagoas se o contingente policial está defasado e desmotivado?