Num momento em que a sociedade vive atormentada com a violência, duas perguntas devem ser feitas:
1) Você devolveria os mandatos do prefeito e dos vereadores de Rio Largo afastados e presos por corrupção?
2) Você manteria a pedra sobre os inquéritos forjados da chacina de Roteiro e do assassinato do vice-prefeito do Pilar, Beto Campanha?
Pois é; o que essas duas coisas têm a ver com a violência nossa de cada dia? Aparentemente nada, mas profundamente tem tudo a ver porque serve de estimulo ao crime.
Ora, se para o prefeito e os vereadores envolvidos em irregularidades gravíssimas bastam apenas alguns dias na prisão e o afastamento temporário – então o crime compensa e, sem duvida, é por esse motivo que tem se repetido com freqüência.
Não há outro Estado com o registro de tantos prefeitos e vereadores presos por corrupção, igual a Alagoas, e o que se vê é que os “ex-presos” lutam agora livremente para se reelegerem ou elegerem parentes – que vão continuar a rapinagem, na confiança do que o máximo que pode acontecer é ser preso por uns dias.
E depois volta tudo à “normalidade”, sim, porque de tanto ver triunfar o erro a sociedade vai acabar sentindo vergonha de fazer o certo.
E no caso do Pilar? Pois bem; tudo indica que o policial assassinado enquanto fazia bico como segurança de um posto de gasolina foi vítima de uma cilada armada por companheiros. Por trás do crime, segundo os familiares do policial, dever estar “autoridades” que ele (o policial) investigava na condição de integrante da “P 2” – que é o serviço de inteligência da PM.
Vamos à pergunta: se o inquérito que investigou o assassinato do vice-prefeito Beto Campanha não fosse uma peça de ficção; se o assassinato do vice-prefeito Beto Campanha tivesse sido mesmo apurado, será que haveria estimulo para se matar o policial que investigava os criminosos impunes do Pilar?
Pois gente: de nada adiantará o plano de combate à violência em Alagoas, enquanto existir essa impunidade oficial. A sociedade sadia alagoana precisa das respostas para todos os crimes - senão, o plano de combate à violência vai mirar apenas o” rafamé” dos guetos e, dessa forma, se transformará em pura pirotecnia.