Até 2006 foi muito pior, mas a situação não deixou de ser ruim em relação aos assaltos a bancos em ano eleitoral em Alagoas. O número de assaltos voltou a subir neste ano eleitoral e até agora já são 27.

A delegada Maria Angelita, encarregada de investigar esses assaltos, tem razão quando relaciona o crime ao ano eleitoral. Em 2002, quem negou essa relação soube-se depois que estava envolvida com os criminosos.

Até 2006 era como se os assaltantes tivessem a certeza de que não seriam perseguidos. Foram tantos assaltos na eleição de 2002, que a Folha de São Paulo fez uma matéria especial e – pasmem! – não conseguiu os dados em Alagoas e teve de apelar para a Secretaria de Segurança Pública do Ceará.

E o que fazer?

O melhor caminho é pontuar os interessados. Quem precisa assaltar bancos para bancar a campanha eleitoral? Será que é difícil saber?

Começando por aí a polícia pode chegar aos mandantes. Mas, antes, é recomendável ler o trabalho do deputado Mario Couto, que foi o relator da CPI da Pistolagem, e em 2005 concluiu que “há um conluio criminoso entre os Estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba”.

Esse conluio denunciado pelo relator da CPI refere-se às trocas de favores entre os “comandantes”, ou seja, os “soldados eleitorais” de Alagoas são mandados para “missões” em Pernambuco e na Paraíba, e as recíprocas são verdadeiras.

Sim, é extremamente importante que a Polícia Federal entre em cena porque possui mecanismos modernos de investigação. As bases suspeitas de tramarem esses assaltos são poucas – talvez umas duas ou três – e não podem estar causando tantos estragos assim impunemente.