Desculpe-me voltar ao tema, mas é que a questão agora bateu na porta do Supremo Tribunal Federal – que havia decidido favoravelmente às cotas, mas...

Mas eis que a cota bateu na Justiça. Explica-se: os índios estão reivindicando a cota para juízes e o ministro Marco Aurélio Melo já se posicionou contrário com o seguinte argumento: a função de magistrado é baseada no mérito.

E deve ser mesmo.

O Conselho Nacional de Justiça, onde o processo foi parar, não tem competência para decidir porque se trata de alterar a Lei da Magistratura – e foi o próprio CNJ que decidiu isto.

Fizeram os cálculos e concluíram que existem 18 mil vagas de juízes no País e se for aplicada o sistema de cota, pelo menos 100 índios formados em Direito serão juízes.

Quero dizer que sou contra o sistema de cota seja para quem for. Para mim, que sou negro, é uma humilhação que não aceito e já recomendei a meu filho, formado em Agronomia pela Ufal, a colocar no currículo dele a observação: formado sem cota.

O motivo de ser contrário ao instituto da cota é que se trata, para mim, de uma “esmola” e não há quem me faça pensar diferente.

Se o índio e o negro foram explorados, que se recompense dando-lhe as condições de competir em igualdade e nunca os tornando inferiores. A cota torna o negro e o índio inferiores, uma sub-raça que precisa de cota para ser gente e se tornar “doutor”.

Que o Supremo Tribunal Federal mantenha esse entendimento do ministro Marco Aurélio Melo e premie só o mérito.

Porque é lamentável saber que, de agora por diante, vão existir no país dois tipos de profissionais: o que se fez pelo mérito e o que se fez pela cota.

E você prefere quem?