Os dois melhores prefeitos de Alagoas na safra que se elegeu em 2004, Cícero Almeida e Luciano Barbosa têm em comum o índice alto de aprovação popular e um espólio de obras que é o maior já visto até agora em Maceió e Arapiraca.

Gostem deles ou não, o balanço positivo da administração deles é inegável.

Mas, diferente de Luciano em Arapiraca, Almeida tem tudo isso e não vai fazer o sucessor; sequer vai comandar o processo – no máximo pode se agregar ao grupo que vai ganhar a eleição. E o grupo que vai ganhar a eleição, seja qual for, vê Almeida pela ótica do “olhar 43”.

Onde foi que Almeida falhou? Almeida talvez não acredite que a Política é uma Ciência e tentou levá-la a seu modo, ignorando que a mão que afaga é a mesma que apedreja. E a Política é uma Ciência porque é História, é Sociologia, é Antropologia, é Geografia e até Matemática, e tudo junto.

O prefeito Luciano Barbosa também é (era?) tido como “excelente administrador e péssimo político”, mas tem a vantagem que Almeida não tem – ou pelo menos não apresentou. Almeida não se adaptou a nenhum grupo; Luciano é de grupo.

Político sem grupo é igual a general de pijama – que manda, mas alguém obedece se quiser. A complicada situação de Almeida no PP o impediu de participar do programa nacional do partido na televisão e sequer teve o nome citado, embora a sua administração tivesse sido destacada como “obra do PP”.

Em Arapiraca, Luciano encerrará o mandato colocando o VLT na linha e elegendo o sucessor – alguém duvida?

Em Maceió, Almeida encerrará o mandato e se não quiser amargurar o ostracismo tem de procurar um grupo e ser fiel a ele.

Isso, se ainda existir alguém que confie nos acordos firmados com o Almeida.

O que Luciano tem que Almeida não tem é exatamente isso: grupo. E na política quem chega ao Executivo pertence a um grupo. Ou então acabará falando sozinho.

PS - Se Almeida tivesse sido correto com Geraldo Sampaio, seria hoje "dono" do PDT em Alagoas. Sem um partido para dizer que é seu, o político é apenas um político partido.