Para mim a indignação que ainda resta ao brasileiro é parte da nossa idiossincrasia. Dizem que o brasileiro educa os filhos para serem corruptos, quando lhes prometem presentes se passar de ano na escola; se se comportarem bem; se isso e aquilo.
Daí, a indignação pela corrupção parece fazer parte da nossa maneira de ser, viver e pensar, e se dissipa facilmente – senão, não suportaríamos um escândalo atrás do outro.
A corrupção é a vontade contida na humanidade de reagir ao pudor; quando surge a oportunidade ela aflora e daí as “surpresas” quando se diz: até fulano? Até o PT? Até a Ideli Salvatti?
Cunhou-se até, para justificativa, a sentença segundo a qual a carne é fraca – logo, qualquer um está sujeito a ser corrompido. E se a criança – explicam o especialista – foi criada ganhando presentes para cumprir com o dever de estudar ela será o adulto mais vulnerável às tentações.
Não sei; não sou pedagogo nem psicólogo. Mas, felizmente a corrupção não é uma invenção brasileira. Eu costumo sugerir a leitura do livro “Os Negócios do Senhor Julio César”, de Bertold Brecht, que conta como Julio César assumiu o poder romano financiado pelos banqueiros de Florença e atropelando a “legislação eleitoral” vigente em Roma.
O senhor Carlinhos Cachoeira caiu na caçapa, mas tudo o que fez outros já fizerem e muitos ainda o farão.
É igual ao ciclo com o cachorro mordendo o próprio rabo, num filme onde se muda os personagens e se mantém o enredo. Depois de Carlinhos Cachoeira quem vem?
Mas, no episódio do Carlinhos Cachoeira existe a diferença por juntar o sujo e o mal-lavado com os que se apresentavam como limpos. É naquela do "atire a primeira pedra" quem não "se molhou" na cachoeira.
Na CPI do Carlinhos Cachoeira, quem é oposição?