O vereador pode ser contra o Código de Ética da PM, especialmente no ano eleitoral, porque o vereador não pensa na sociedade - só pensa em voto. Mas, o cidadão de bem não deve ser contra.

Uma das causas da violência é exatamente a falência da polícia e a polícia faliu porque saiu de forma – e saiu de forma porque foi usada pela politicagem.

Recolocar a polícia em forma é o desafio e também a condição “sine qua non” para a sociedade voltar a ter tranquilidade com a polícia que necessita.

É verdade que o policial precisa ser melhor remunerado, mas não é verdade que a baixa remuneração seja a causa da violência. Vejam o exemplo de Brasília, com a polícia mais bem paga do País – e da América Latina – e a violência está fora de controle.

Aliás, em Brasília dá-se a greve das elites: a polícia e os professores – que tem o salário inicial de 4 mil reais, e o ano letivo nas escolas públicas do Distrito Federal não começou. Por sinal, greve de professor faz parte do currículo escolar.

Em Brasília também se deu o absurdo de policiais comemorarem a onde de crime que tomou conta da Capital Federal. Um jovem foi assassinado durante um assalto a uma lanchonete na Asa Norte e um policial comemorou, “porque a morte faz o movimento paredista ganhar corpo”.

Não quero acreditar que se trata efetivamente de um policial, porque se realmente o for, quem sabe não foi ele o assaltante que matou o jovem pernambucano, funcionário de carreira do Banco Central?!

Ou, então, será que não produziu o assalto?

Não podemos esquecer que o “comandante” da greve dos policiais na Bahia também “comandava” assaltos e homicídios.

Em Alagoas, numa campanha no mínimo incongruente, policiais afixaram adesivos com o chavão “Nunca se matou tanto” – ora, nunca se matou tanto porque a polícia não trabalha.

Trata-se um tiro no pé.

Gente! Quando a polícia comemora o crime, não há mais salvação para ninguém – exceto com um Código de Ética rigoroso.

Não por coincidência, os que estão à frente da reação contra o projeto que devolve a polícia à sociedade são exatamente aqueles que não têm serviço algum prestado à sociedade.

O pior é que estes tendem a contaminar o policial operacional – que, de tanto ver triunfar a nulidade, vai sentir vergonha de entrar em forma.