O “sindicato” dos sargentos e subtenentes da Polícia Militar convoca os “filiados” para um “apitaço” terça-feira 3, contra o novo Código de Ética – que tenta recolocar a PM alagoana em forma.
Em tempo: o presidente do “sindicato” dos sargentos e subtenente é candidato a vereador. Ah, bom. Está explicado o “apitaço”.
A situação na PM alagoana é tão grave que existem três “sindicatos” na corporação – oficiais, sargentos e subtenentes, e cabos e soldados, e os três presidentes são candidatos na eleição de outubro que vem.
Diante dessa distorção, até parece incoerência a manifestação contra o novo Código de Ética, cujo “pecado original” é tentar devolver a PM à sociedade na sua integralidade.
Na terça-feira, no lugar de estarem cumprindo com o dever constitucional de zelar pela segurança da sociedade, os militares-políticos da PM estarão na rua protestando. Não é supimpa!
O medo que faz é a manifestação descambar para a ilegalidade, como aconteceu na greve da PM da Bahia. Esse é o medo.
Gente! Já imaginaram se o “apitaço” não surtir efeito e eles optarem pelo “atiraço”? Pelo sim, pelo não, é melhor ninguém sair à rua na terça-feira porque numa manifestação política e politiqueira tudo pode acontecer.
Há outro medo também no ar. Os militares das Forças Armadas também estão insatisfeitos e já imaginaram se o pessoal do Regimento de Obuses decidir sair à rua para uma manifestação?
Sei não, viu...
Vamos lembrar – e sofrer novamente – os males que a politicagem fez à PM alagoana. Nós estamos brincando com coisa séria, não há no mundo situação similar, sequer precedente, com uma força policial em greve ou se manifestando.
Reconhece-se que o policial ganha mal – não só o policial, mas o militar em geral ganha mal; reconhece-se que a corporação carece de mais atenção por parte dos governantes, mas não se deve reconhecer em hipótese alguma esse direito de afrontar a lei e a sociedade, porque aí estamos contribuindo para cavar o abismo no qual poderemos cair todos no futuro próximo.
Hoje apita-se e amanhã atira-se.
Há os que dizem que o novo Código de Ética é inconstitucional porque fere o Artigo 5º, se for assim, que se revogue o Artigo 5º, porque o que não pode continuar é a situação como está com uma PM política e politiqueira e uma sociedade insatisfeita e encurralada.
Há os que pregam “o fim do militarismo” na PM. Ora veja, se com o militarismo a PM chegou a essa situação que exige um novo Código de Ética, imagine sem o militarismo como não estaria. Seria o caos.
Vamos lembrar que militar não é emprego; militar é vocação. Vamos lembrar também que a PM alagoana tem relevantes serviços prestados à nação e não apenas a Alagoas. Quem não sabia fique sabendo: a PM alagoana mandou tropa para a Guerra do Paraguaia; foi a PM alagoana que acabou com o cangaço no Nordeste - mas, isto, quando realmente era "briosa".
Pela PM alagoana passaram ilustres, bravos e competentes oficiais e não por coincidência, eram todos profissionais. Foi numa época onde a sociedade orgulhava-se da PM – que hoje, infelizmente, na contramão da história, parte para a vala comum das manifestações politiqueiras.
Lamentável.
PS - A jornalista Priscila Régia informa que o presidente da Associação dos Sargentos e Subtenentes da PM, Theobaldo Almeida, não é candidato a vereador.