Nos últimos anos vários empreendimentos imobiliários vêm sendo lançados em Maceió, tanto na parte alta da cidade como nos bairros da orla marítima.
A verticalização da cidade cresce de modo assustador, com lançamentos de empreendimentos que atende do público popular ao mais elitizado.
Há créditos para aquisição de todo tipo de apartamento, desde a faixa de preço do programa “Minha Casa, Minha Vida” ao mais sofisticado à beira-mar.
Mas o que parte o coração, para quem é sensível a história da vida evolutiva de um bairro, é a demolição de casas, bem arquitetadas e com quintais espaçosos, para que sejam erguidos edifícios, que por mais bonitos e bem planejados, são desprovidos de aconchegos e calor humano.
Muitas estórias são contadas por alguns cinquentões, em que relatam como brincavam em seus tempos de criança, na orla da Pajuçara à Ponta Verde, com amigos que hoje são expoentes na sociedade alagoana.
É muito comum escutar: onde hoje é o hotel tal, era a casa de papai; onde está situado o edifício tal, era a casa de fulano...
Nota-se nas palavras que ficou um saudosismo que o tempo nunca há de apagar.
Pois bem!
A verticalização imobiliária fez mais uma vítima: a bela casa amarela, assobradada e com um quintal muito espaçoso que abriga várias palmeiras imperiais, situada na rua Engenheiro Mário de Gusmão, entre as ruas Pompeu Sarmento e Cláudio Ramos, está sendo demolida.
É triste a cena da máquina retroescavadeira derrubando o seu muro frontal tão bem construído, mas são sinais dos tempos modernos.
Um amigo contou que naquela casa já morou um representante da Johnson & Johnson e posteriormente duas belas jovens descendentes de portugueses.
Apenas o saudosismo mais uma vez ficará...