Todos exigem a Ética, mas primeiro para os outros. O novo Código de Ética da Polícia Militar é a tentativa de recolocar a PM alagoana em forma, mas não é fácil porque a corporação tem duas bandas – na verdade são três: a banda boa, a banda podre e a banda de música.

Com exceção da banda boa e da banda de música, que toca afinada, a banda podre tratou de se proteger escudando-se na Assembleia Legislativa e tem lá aliados poderosos, que podem barrar qualquer tentativa de torná-la boa – ou seja: qualquer tentativa para deixar de ser banda podre.

Para a sociedade é um estorvo, mas os que integram a banda podre estão satisfeitíssimos e vão às últimas consequências contra as tentativas de recolocar a PM alagoana em forma. A sociedade que se exploda!

O germe do mau que contaminou a corporação é antigo e resistente, e já causou estragos morais – a PM alagoana foi a única no país a sofrer intervenção federal; e profissionais – a PM alagoana é a única no País com maior número de comandantes que disputaram um mandato na Assembleia Legislativa.

Uma polícia política e politiqueira, com um sindicato travestido de associação, lutando em defesa dos que já não são mais policiais nem servem mais à sociedade, conforme se comprometeram.

A esculhambação geral contaminou o Corpo de Bombeiros, a corporação militar do gênero no País com o maior número de oficiais por metro quadrado – o que, inevitavelmente, levou às denúncias de malversação de verbas e desvio de conduta.

O novo Código de Ética é a tentativa de salvar a banda boa e de evitar que a banda podre se expanda na velocidade estonteante que se expandiu nos últimos anos. Mas, não será fácil porque na banda boa tem trabalho; na banda podre sinecuras.

O pior é que o mal não engajou apenas na PM. E tudo isto – é preciso entender – se deve à politicagem que atingiu as instituições civil e militar. Quando um policial se aventura numa candidatura eletiva, seja para o que for, o crime ganha um aliado.

E o pior: com o agravante de o policial usar a estrutura da polícia para fazer campanha, como aconteceu, acontece e acontecerá sempre. E tudo na base de “um voto pelo crime”, o que levou muitos policiais-políticos a praticarem o que, por dever de oficio, eles deveriam combater.

Diz-se que o novo Código de Ética da PM “é injusto”, e isto porque exige que todos sejam bons e corretos – e não pode ser assim porque, assim, acaba-se com a banda podre e todos terão de trabalhar. Que absurdo esse novo Código de Ética...