Mais uma vez estamos diante de mortes de torcedores por causa de brigas entre torcidas rivais. E qual a solução mágica que a Federação Paulista propõe? Proibir entrada de torcida organizada no estádio. Pronto!
É assim. Encontraram padres pedófilos? Vamos proibir a Igreja Católica!
A medida não é somente inócua, mas não tem nenhum sentido. Vão barrar indivíduos usando camisas com referência à torcida? Vão proibir que cantem os gritos de guerra? Tem que inventar um Big Brother (o de Orwell, não o da Globo) para pegar todo mundo...
No fundo, trata-se de uma medida autoritária, como todas as que, na área da política criminal, pensam que se enfrenta a violência limitando os direitos individuais. Não pode beber, não pode usar camiseta de cor amarela, não pode falar nome feio no estádio... Tem que gritar: “Juiz feio e bobo!”
Eu tenho uma solução para o fim da violência no futebol. Investigação e punição para todos os que praticarem atos de violência. Mas isso dá muito trabalho, vocês sabem! E não dá muita mídia. Bonito é dizer na imprensa que vai “acabar com as torcidas organizadas”, como se isso fosse possível com uma canetada! Certos promotores adoram esse tipo de autopromoção.
Nós, torcedores de bem, que vamos ao estádio nos divertir assistindo à partida de futebol, sabemos bem quem são e onde estão os desordeiros. Nós sabemos que as brigas ocorrerão fora do estádio. Se nós sabemos, a polícia deveria saber, não?
E onde está a investigação? Quantos inquéritos foram abertos por causa de eventos de violência deste tipo? Quantos criminosos estão presos ou aguardando o julgamento? Quantos foram julgados? Quantos foram condenados?
As autoridades não estão preocupadas em responder a essas perguntas. Estão preocupadas em aparecer na televisão, muito rígidas contra o torcedor comum, proibindo bebida dos estádios e vetando o uso de camisetas por indivíduos livres.
Sugiro que a Justiça faça seu trabalho e deixe o indivíduo em paz.