Nos moldes do que aconteceu no período de 1999 até 2006, o assalto espetaculoso à agência do Banco do Brasil em Traipu pode ser o sinal de que “os soldados da campanha eleitoral” voltaram à guerra.

E guerra é guerra.

Diz-se espetaculoso porque a cidade de Traipu só tem uma saída por terra – a outra é pelo Rio São Francisco – e a metodologia da guerra ensina que não se deve atacar um alvo se não há opções de fuga – exceto quando há certeza de que “está tudo dominado” e que não haverá reação.

E quem garante isso? Não sei; só sei que é assim.

Em maio de 2003 o assalto à agência do BB em Palmeira dos Índios contrariou todos os compêndios de guerra – a agência está localizada em terreno adverso; e também todos os manuais de segurança – no dia do assalto a viatura policial, que todos os dias estava lá na porta do banco, naquele dia faltou. Escafedeu-se!

Chiiiiiii...

De ordinário, os assaltantes de bancos que atuam em Alagoas não são simples assaltantes de bancos, mas “soldados da campanha eleitoral”. Se para se eleger é preciso ter dinheiro, quem não tem e quer se eleger vai buscar no banco e foi assim mesmo em Alagoas.

As provas cabais estão aí.

E quem estava desacostumado pela trégua a partir de 2007 já pode retomar a rotina, porque além de assaltos a bancos este ano também será marcado pela volta dos roubos de cargas especialmente na região de Arapiraca.

E que ninguém diga mais que é tudo coincidência, porque coincidência não existe; a coincidência só poderia existir se fosse possível a dois corpos ocuparem o mesmo espaço ao mesmo tempo.

Como não é, então, coincidência não existe. O que pode estar acontecendo é mesmo o retorno dos “soldados da campanha”.

Mas, nada que um Serviço de Inteligência competente não possa desvendar. Não existe crime perfeito; o que existe é autoridade conivente ou omissa – e, em ambos os casos, sujeita à expulsão do serviço público.

Vamos pois, investigar o assalto à agência do BB em Traipu partindo desse princípio: ninguém invade uma cidade que não tem opção de fuga.

Aliás, lembrando o velho Lampião, os amigos sabem por que o Corisco foi o único chefe de grupo que não foi morto em Angico?

Porque Corisco dizia a Lampião que não se sentia seguro em Angico – que só tinha uma saída.

Pensem nisso.