A presidente Dilma viaja neste domingo para a Índia preocupada porque, se a crise no Congresso Nacional durar mais quinze dias ela perderá o controle do governo – é essa a leitura que os especialistas fazem em Brasília.
O problema é sério porque a crise na base aliada envolve o PT. O Grupo petista ao qual pertence o deputado federal Cândido Vaccarezza, não digeriu o seu afastamento da liderança do governo na Câmara e age na surdina fustigando o “fogo amigo”.
Ao contrário do que se tem divulgado, a crise ainda não tomou dimensão maior porque os senadores José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá estão segurando a onda no Senado; dos 19 senadores do PMDB, 11 são do grupo Sarney-Renan-Jucá.
Mas, não é certo que vão segurar a onda por muito tempo. A insatisfação com a presidente Dilma cresce em progressão geométrica e ela só tem dois caminhos: ceder à pressão ou ficar o resto do mandato como refém do Congresso Nacional.
Para o senador Fernando Collor, há o risco de acontecer com a presidente Dilma o que aconteceu com ele – que foi apeado da presidência porque não deu ouvidos aos chiados do Congresso Nacional.
É verdade; a versão de que o impeachment do Collor deveu-se à denuncia de corrupção não é correta e, contra a presidente Dilma, a insatisfação – igual ao período do Collor – se generaliza nos setores decisivos para a governabilidade.
Dilma foi inábil ao negar reajuste salarial para o Judiciário e mais inábil ainda em relação à Comissão da Verdade – que é vista como Comissão da Retaliação e Caça às Bruxas.
Para completar a agrura do governo, o relacionamento com o Congresso Nacional é péssimo. E imagine que até o PT está insatisfeito com a presidente Dilma.
Aí, parceiro, que Deus salve a América do Sul!