Gostem ou não gostem os anti-Collor, mas o motivo do hoje senador Fernando Collor ter sido apeado da presidência da República foi sim a sua relação com o Congresso Nacional.

Relação esta de amor fingido e ódio explícito, o que Collor hoje admite. Os que negam essa verdade agem apenas por pirraça; é uma questão pessoal da mídia contra o Collor.

Collor advertiu a presidente Dilma sobre a relação com o Congresso Nacional citando o seu exemplo. De fato, o impeachment de Collor foi uma sacanagem urdida pelos caciques políticos que ele menosprezou.

E como abriu o leque de desafetos, ao atingir os industriais, a OAB e mandar a Polícia Federal invadir a Folha de S Paulo, Collor tornou-se presa fácil.

A presidente Dilma tem repetido os erros do Collor, só falta abrir o leque de desafetos. Se for por aí, o resultado será a repetição do filme colorido.

Dilma deve deixar na conta do que pode acontecer como desdobramento dos seus últimos atos trocando os líderes na Câmara e no Senado – e especialmente no Senado – alguns dissabores.

Por exemplo: se o ex-senador Arthur Virgílio abrir a boca e contar o que sabe, ou então fazer chegar à imprensa o que reuniu contra o líder escolhido por Dilma no Senado, a presidente vai ficar numa situação desconfortável.

Dizem que os documentos que Arthur Virgílio reuniu contra Eduardo Braga atingem até a senadora Vanessa Grazziottin.

Collor está certo; não há governabilidade sem o Congresso Nacional e ao manter essa situação de indiferença a presidente Dilma está cometendo um erro grave – a não ser que a ideia seja uma revolução armada.