É com imenso pesar que comunicamos o “falecimento” prematuro da CPI da Pistolagem da Assembleia Legislativa, motivado por “insuficiência renal”, uma vez que não pode nem deve filtrar os crimes que vai apurar – senão se desmoraliza.
São três crimes bárbaros entalados na garganta da sociedade e que a CPI da Pistolagem tem a obrigação moral de apurar, mas não vai apurar. São eles: a chacina de Roteiro e os assassinatos do vice-prefeito do Pilar, Beto Campanha, e do estudante Fábio Acioly.
Se não for para apurar esses crimes, a CPI da Pistolagem já nasce morta e o que se vai ver são apenas bravatas e pirotecnia explícita.
A CPI da Pistolagem morreu, mas não será “sepultada” imediatamente, que é para não dar gosto ao Cão. E também porque enseja a chance de holofotes e espaços na mídia para os “encantadores de serpente”.
A chacina de Roteiro e o assassinato do vice-prefeito do Pilar, Beto Campanha, são crimes políticos de fácil – facílima! – apuração, mas o inquérito policial foi uma farsa – com o agravante, no caso do vice-prefeito do Pilar, de indiciar inocentes e humilhar um homem de bem igual ao médico Marçal Prado.
Poderia ser o caso de a CPI da Pistolagem apurar o motivo de os inquéritos policiais terem sido uma farsa, para se saber se houve incompetência, negligência ou má fé, mas nem isso a sociedade pode esperar – salvo na ocorrência de milagres.
A previsão do deputado Fernando Toledo, presidente da Assembleia, sobre o esvaziamento da CPI da Pistolagem devido ao ano eleitoral é correta – mas não é tudo; a questão não é só essa.
Aliás, a questão é que: se meter o pé no acelerador a CPI da Pistolagem corre o risco de atirar para trás e acertar o próprio pé.
Da Assembleia, claro.
Daí, é melhor nascer morta do que viver sem dignidade; do que viver sem poder apurar esses três crimes enumerados acima.
Meus pêsames à esperança perdida. Fazer o quê?