Antes do negro e do índio, a mulher foi o primeiro ser humano a ser explorado e discriminado. Não sei o porquê, só sei que foi assim:
Nos personagens bíblicos, Joaquim e Ana pelejaram para ter um filho homem; para o judeu é desfeita não ter filho do sexo masculino.
Joaquim mandou a mulher, Ana, se internar para tratamento com os sacerdotes e depois de certo tempo Ana voltou para casa e engravidou; e novamente era mulher, a quem o casal deu o nome de Maria.
Mas, esta filha de nome Maria iria se tornar a mãe de Jesus e fazer os pais famosos – que são conhecidos hoje como São Joaquim e Santa Ana.
Imagine que Maria não precisava ter ido a Nazaré para fazer o recenseamento convocado pelo imperador romano, porque na época mulher não se contava; mulher não era sequer número, de modo que só os homens eram recenseados.
Maria foi assim mesmo, grávida, acompanhando o marido, José, que não engoliu de bom grado a versão da gravidez do Espirito Santo e ameaçava deixá-la.
Imagine Maria, carregando Jesus no ventre, e enfrentando um marido que se sentia traído. Dizem que depois foi convencido e também virou santo. São José.
Tem ainda Madalena, que os Evangelhos de Felipe e Tomé apontam como “namorada” de Jesus – que a chegava a beijar na boca. Madalena ficou na história como a prostituta, mas, aqui para nós, eu prefiro o Evangelho de Madalena.
Por dar voz e voto a Madalena, e por defendê-la com contundência, Jesus se indispôs com os outros apóstolos. Com a vez que dava à mulher, o que contrariava os padrões da época, Jesus também se mostrava diferente do padrão geral – lembrem-se: a mulher sequer era número, pois não participava do recenseamento.
O homem dizia quantos camelos tinha, mas não precisava dizer ao recenseador quantas mulheres havia em sua casa.
Pense na luta da mulher! Até hoje ainda existe arestas a serem quebradas, embora já se possa comemorar muita coisa.
Na década de 1960, o exército de Israel precisava de "mão-de-obra para brigar" e foi o primeiro a recrutar mulher para suas fileiras; a decisão foi tão espantosa na época, que no Carnaval brasileiro compuseram uma marchinha de muito sucesso dizendo que “dona Sara” era sargento e Raquel, coronel.
Para chegar até aqui a luta da mulher foi muito dura, com sangue, suor e lágrimas. Que viva, pois sim, as mulheres do mundo inteiro – porque só a mulher foi feita à semelhança de Deus, porquanto só a ela foi dado o poder da criação.
O homem foi feito à semelhança do Anjo Gabriel – que chega pelo telhado.
Viva a mulher!