A nomeação do ex-deputado federal Francisco Tenório para delegado-adjunto de Acidentes teria a repercussão que teve e duvida-se que possa existir alguém pensando diferente; pensando que a nomeação seria entendida como simples ato administrativo.
Não se trata de julgar ninguém; o privilégio de julgar é exclusivo da Justiça, assim como o Ministério Público tem o privilégio exclusivo da denúncia e a polícia tem o privilégio da apuração e do inquérito.
Não se trata de discutir se o ex-deputado Chico Tenório é culpado ou não; se fez ou não; se mandou ou não mandou – isso não é da nossa conta.
Mas, é sim da nossa conta a nomeação que compromete o estado e alimenta o desgaste. Primeiro porque o ex-deputado Chico Tenório não precisava ser nomeado para isso ou aquilo, se recuperou na justiça o direito de receber seus vencimentos. Poderia ficar em disponibilidade.
No episódio da nomeação, que saiu das páginas do Diário Oficial para a mídia nacional, todos foram prejudicados – inclusive, o próprio Chico Tenório. E não se sabe agora o que é pior, se a nomeação ou a justificativa, que busca se amparar no fato de que é melhor que ele (Chico Tenório) esteja trabalhando para justificar o salário que recebe.
Não, não é. Trata-se de caso especial, onde o bom senso recomenda mantê-lo longe dos comentários que só complicam mais a sua situação. E a nomeação criou um caso nacional, que fica no inconsciente nacional, e imagine que em relação ao um estado que se diz com a terceira cidade mais violenta do mundo.
É mais um motivo de chacota e de discriminação, com o agravante de ter também a “explicação” para o caos que a violência gerou. Ora dirão: a violência em Alagoas se explica porque até delegado usa tornozeleira eletrônica.
É isso o que eles dizem, porque era nisso o que todos sabiam que iria dar a nomeação.