O prefeito Cícero Almeida revelou ao ex-governador Ronaldo Lessa quem é o candidato a sucedê-lo. No xadrez político da sucessão em Maceió, várias pedras estão em rota de colisão e o prefeito tem poder de dar o xeque-mate.
A eleição para prefeito da Capital este ano tem componentes que deixa a disputa ainda mais acirrada. Por exemplo:
1) Um prefeito (Cícero Almeida) com um índice de aprovação inédito, sobretudo para quem está no segundo mandato.
2) Um campeão de votos na Capital (deputado Jéferson Moraes).
3) Um ex-prefeito e ex-governador (Ronaldo Lessa).
Almeida disse a Lessa quem era o candidato dele dentro da prioridade 1:
-“Se o doutor João Lyra for candidato terá o meu apoio” – adiantou Almeida.
Lessa o procurou para tirar o negócio a limpo e, assim, desfazer a dúvida sobre se teria o apoio de Almeida caso o deputado federal João Lyra não se lance candidato. Mas, o prefeito não pôde lhe assegurar nada porque ele (Almeida) tem o compromisso com o senador Renan Calheiros – que tem o seu próprio plano, onde Lessa não entra.
Lessa sonha com uma composição para ter o secretário Mosart Amaral como vice e, obviamente, o apoio de Almeida e Renan. É difícil dizer se essa seria a prioridade 2 do prefeito, mas é esse o sonho de Lessa.
Filiado ao PMDB e ligado ao senador Renan Calheiros, o secretário Mosart Amaral pode ser mesmo a saída que Renan procura e, quem sabe, já a tem em forma de carta na manga.
O senador Renan também tem o poder de neutralizar o governador Téo Vilela e evitar que o governo atue com desenvoltura no processo sucessório, ou seja, invista num candidato tucano.
Aliás, o deputado federal Rui Palmeira já sentiu que a sua candidatura a prefeito não decola dentro do partido porque Téo e Renan estão num processo de “reaproximação política à distância” – e que não se veja nisso absurdo; afinal, como alguém pode se reaproximar e se manter distante ao mesmo tempo?
Pode sim. Na política, tudo pode à distância ou muito perto.
E alguém pode perguntar: e o senador Fernando Collor?
Collor tem uma fatia de votos numa faixa considerável do eleitorado maceioense da classe C e D. Há redutos “coloridos” inexpugnáveis que em 2010 ajudaram Lessa a derrotar o governador na Capital – não pensem que os votos obtidos por Lessa em Maceió são todos deles.
Nesse xadrez político da sucessão em Maceió ainda tem uma pedra correndo por fora – que é o senador Benedito de Lira, que tem surpreendido nas últimas eleições com o seu PP.
Está, pois, nas mãos do prefeito Cícero Almeida e na definição do deputado federal João Lyra, sobre se aceita ou não a candidatura, o rumo da sucessão em Maceió.