por Josivaldo Ramos
Everaldo Pereira dos Santos, ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas, mesmo foragido, foi julgado e condenado, durante um mutirão do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, ocorrido em 07 de novembro de 2009, pelo envolvimento no assassinato do delegado Ricardo Lessa e do motorista dele, Antenor Carlota da Silva, a uma pena de 33 anos, três meses e 23 dias de prisão em regime fechado. O crime ocorreu na noite de 09 de outubro de 1991, no Bairro de Bebedouro, onde o delegado e seu motorista foram metralhados dentro de um veículo.
Everaldo Pereira, o “Amarelo”, também foi condenado a indenizar familiares das vítimas em R$ 799 mil, por danos morais e materiais. Pena esta, assim como a pena de reclusão, também aplicada ao ex-cabo Cícero Felizardo, o Cição.
O julgamento foi presidido pelo juiz Geraldo Amorim, já na defesa do ex-cabo Everaldo, atuou o advogado Gilvan de Lisboa, tendo como representante do Ministério Público Estadual, o promotor José Antonio Malta Marques.
Na época do julgamento o juiz Geraldo Amorim ressaltou: "O delegado Ricardo Lessa foi morto porque teve a coragem de investigar as atrocidades da maior organização criminosa do nosso Estado, denominada de gangue fardada, composta de maus policiais militares. Além do crime, contra o diretor gera da Polícia Civil daquela ocasião, o que foi uma desmoralização para a segurança pública, eles demonstraram que a violência era generalizada".
A defesa do ex-cabo Everaldo Pereira, inconformada com a condenação apelou junto ao Tribunal de Justiça de Alagoas, que em julgamento ocorrido em 26 de janeiro de 2011, por unanimidade de votos, rejeitou o conhecimento da apelação, mantendo inalterada a decisão proferida pelo conselho de sentença.
Em 28 de dezembro de 2009, uma operação da Divisão Especial de Investigação e Captura (DEIC) e do 10º Distrito Policial resultou na prisão Everaldo Pereira. Que atualmente permanece preso.
Recentemente, a defesa de Everaldo Pereira impetrou junto ao TJ-AL habeas corpus a fim de discutir a dosimetria da pena, o que, em tese, não seria o instrumento jurídico adequado, contudo, o desembargador José Carlos Malta Marques, relator do HC, averbou-se suspeito em atuar no caso, determinando a redistribuição do habeas corpus, que ora fora redistribuído ao desembargador Bandeira Rios, que por sua vez não conheceu o HC, pois segundo o magistrado: “não se pode tomar conhecimento deste Habeas Corpus, pois o mesmo ventila matéria típica de recurso”.
É contra a decisão do desembargador Bandeira Rios que Thiago Pinheiro, recorre através de um habeas corpus, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ); tendo como ministro relator Vasco Della Giustina (desembargador convocado do TJ/RS), o qual negou na última segunda-feira, 06, pedido de liminar, determinando a colheita de informações junto a Justiça de Alagoas e o douto parecer do Ministério Público Federal.
Morte de Eloá Pimentel revelou paradeiro do ex-cabo Everaldo
Em outubro de 2008, Eloá Cristina Pimentel, foi sequestrada e mantida em cárcere privado pelo ex-namorado, Lindenberg Farias, o caso repercutiu em todo país e revelou o paradeiro do ex-cabo Everaldo Pereira dos Santos, que na época era considerado fugitivo da Justiça.
Em São Paulo, o ex-cabo, foragido da justiça, usava o nome de Aldo José da Silva, sendo descoberto após sofrer um mal súbito e ser socorrido. Após a descoberta do seu paradeiro, uma equipe de delegados chegou a se deslocar a São Paulo para tentar prendê-lo, porém sem sucesso.
Everaldo Pereira voltou a foragir e desta feita escolheu Alagoas como seu refúgio, sendo finalmente capturado após uma denúncia anônima.