O movimento paredista da Polícia Militar na Bahia acendeu a luz vermelha e o serviço de inteligência do Planalto entrou em ação com dois objetivos:
1) Identificar os focos de insubordinações possíveis.
2) Saber se, nesses focos, há movimentação política-partidária.
O governo federal foi alertado para o “efeito dominó” e, como os “arapongas” sempre carregam nas tintas, informou-se também que o movimento na Bahia é o sinal de uma revolta nacional das policias para forçar a aprovação da PEC 300.
Mas, não adianta forçar porque não há consenso sobre a PEC 300; nesse particular, o PSDB se junta ao governo porque também é governo em oito estados e sabe que não tem como bancar a conta da despesa da PEC 300 sozinho.
Aliás, pela primeira vez os senadores Lindemberg Farias (PT) e Aloísio Nunes (PSDB), que são os extremos que ponteiam o lado do governo e da oposição, se entenderam entre si diante da proposta para uma comissão do Senado ir à Bahia conversar com os grevistas.
O senador Aloísio Ferreira foi contra, sob o argumento de que a visita poderia ser considerada como “gesto de apoio à PEC 300”, no que Lindemberg Farias concordou e aplaudiu.
Municiado pelas informações dos “arapongas”, sem se importar se há ou não exageros, o governo se prepara para o contra-ataque e o senador Humberto Costa (PT) já avisou:
- “Não contem comigo para votar anistia para baderneiros. Da último vez, a contragosto, eu votei favorável a anistia para o pessoal (militares) do Rio de Janeiro, mas, desta vez não me peçam para votar novamente, porque não vou anistiar grevista que usa arma, que ameaça a sociedade” – disparou o petista, que até o ano passado era o líder da presidente Dilma no Senado.