Era 1, eram 2, eram 100! E agora são exatos 337 contados pelos órgãos públicos criados só para contá-los, porquanto existem há tanto tempo e não conseguiram resolver o problema nem conter o avanço.
Era 1, eram 2, eram 100! São números que se multiplicam e diminui na mesma velocidade, diante da “guerra das ruas”, onde ninguém é de ninguém.
Talvez alguém pense que os moradores de rua vieram de outra Galáxia; talvez alguém pense que os moradores de rua são personagens urbanas inevitáveis, que afloram em todos os cantos do mundo e cada um com a experiência que se confunde no final – que é o consumo de drogas.
Na reportagem da jornalista Michelle Farias, aqui no Cada Minuto, um internauta identificado como Wilson comentou sobre a morte de 60 moradores de rua sob o prisma da realidade cruel – que transforma a desgraça em lucro.
Refere-se, o internauta Wilson, que daqui a pouco vai se chamar a morte de moradores de rua de “ruafobia”. Não duvido, pois existe sim um grande negócio por trás dessa miséria urbana, seja entre eles mesmos – os moradores de rua; seja entre entidades que “trabalham com os moradores de rua” e têm de mantê-los na rua, senão o trabalho perde o sentido e o lucro.
Entre eles mesmos, os moradores de rua, o negócio gira entre drogas, especialmente o “crack”, a divisão de “lucros” dos pequenos furtos e roubos, os pontos e “as minas”.
Pergunta: 337 não é um número assim tão elevado, que não possa ser absorvido pelo poder público. E por que não se absorve?
Ah, aí é que o carro atola. Primeiro, sem o morador de rua não tem discurso e sem discurso não tem dinheiro; como uma ONG que cuida de morador de rua vai se manter, se não há mais morador na rua?
Segundo, há negócios entre os próprios moradores de rua que os atraem à rua e não adianta apenas tirá-los da rua.
Para muitos, a rua é um negócio. E o pior é que o morador de rua é, ao mesmo tempo, a mercadoria para uns e o consumidor para outros.