Quando comecei no jornalismo, em meados de década de 1970, as previsões para o Ano Novo eram feitas por um conhecido vidente alagoano, já falecido, chamado Odu Tenório.

Quem quiser pode consultar as edições antigas da Gazeta, a partir de 1973, que nelas constam as previsões de Odu Tenório às vésperas da passagem do ano.

Ele não era pai de santo nem jogava búzios; ele fazia um mapa astral cheio de coordenadas que os leigos, iguais a mim, não entendiam, mas uma coisa hoje me chama a atenção: o Odu Tenório traçava o mapa astral do Brasil – não confundir com o mapa geográfico – e dizia que o “touro” que se projetava nos desenhos “era o futuro promissor do Brasil”.

- “O Brasil será o celeiro do mundo” – dizia Odu Tenório.

Isto dito em 1973, convenhamos, coincidia com o ufanismo do governo militar sobre o “milagre brasileiro” da época do “Brasil, ame-o ou deixe-o”.

Mas, Odu Tenório fazia questão de apontar para o futuro.

Hoje, ao ver os Estados Unidos adotarem medidas para facilitar as visitas de brasileiros; ao ver o Brasil emprestando dinheiro para o FMI e exigindo mais espaço nas decisões do FMI, eu me lembrei das previsões – e do “touro” – de Odu Tenório.

Gente! Greta Garbo, quem diria, foi parar em Irajá.

E, gostem ou não, o “milagre” da evolução brasileira tem vários santos: dois Fernandos – o Collor e o Henrique Cardoso – e um Luiz de Garanhuns.

O Collor porque abriu a economia nacional obrigando o empresariado brasileiro a ser competitivo; o FHC pelo plano econômico lastreado em delírios reais e o Lula porque não complicou nada e facilitou tudo.

É ou não é?