Qualquer que seja o resultado do julgamento sobre o assassinato da deputada federal Cecy Cunha e dos parentes dela, a dúvida vai ficar para sempre.

Fez-se justiça? Eis a questão.

E tudo isso porque o inquérito policial contém “omissões” que comprometem ou, no mínimo, servem para alimentar a dúvida.

Para entornar o caldo da dúvida, uma testemunha-chave de acusação negou ter dado a entrevista que ela deu realmente, e gravada, à Rádio Difusora.

Na época, a testemunha disse que não reconheceu os pistoleiros. Inquirida pelo juiz André Granja, agora no julgamento, a testemunha negou ter concedido a entrevista gravada.

No que se refere ao inquérito, não foi quebrado o sigilo bancário e telefônico da ex-deputada. Assim, ficou impossível saber se é verdade ou não a informação na época de que Cecy teria recebido 2 milhões de reais para desistir da candidatura à reeleição e disputar a eleição como vice-governadora.

E mais: que teria colocado o médico Geraldo Cajueiro, então vice-prefeito de Arapiraca, para guardar a sua vaga na disputa pela reeleição à Câmara Federal.

De fato, no último dia do prazo para troca de candidatura, a irmã de Cecy apareceu no Tribunal Regional Eleitoral com duas procurações: uma, de Geraldo Cajueiro, desistindo da candidatura a deputado federal e outra, de Cecy, assumindo a candidatura à Câmara Federal no lugar de Cajueiro.

Todos esses detalhes, infelizmente, ficaram à margem do inquérito o que contribui para essa dúvida eterna que ficará seja qual for o resultado do julgamento.

O Talvane Albuquerque mandou mesmo matar a deputada Cecy Cunha?