O plano para matar o deputado Dudu Holanda virou enredo de novela policial, onde os personagens se confundem numa trama que mistura verossimilhança e a possibilidade de fantasia.

No mesmo dia em que comemorava a vitória na eleição, em 2010, o deputado Dudu Holanda foi advertido de que “teria de tomar cuidado”. Dudu contou que os amigos e até familiares lhe advertiram lembrando o que se passou com a deputada Cecy Cunha.

Dudu não se sente à vontade no mandato, e essa é uma realidade que ele não esconde dos amigos. A sombra de Cícero Ferro se transformou num pesadelo, que Dudu vinha administrando a contra gosto.

Dudu considera “muito desgastante” o acordo para ele e o deputado Maurício Tavares se revezarem nas licenças médicas, a fim de possibilitar a manutenção de Ferro com mandato.
Na ponta do lápis, Dudu concluiu que passaria a metade do mandato arranjando doença para se licenciar.

Essa é a realidade, que todos vêem e não dá mais para Dudu camuflar. O plano para matá-lo, falso ou verdadeiro, é sem dúvida o motivo para cortar a corda que o mantém preso ao acordo.

Mas, com a cópia do depoimento do suposto pistoleiro e os detalhes de como seria a sua morte, o plano virou uma montanha que pariu um bicho de sete cabeças.

Cícero Ferro diz que “tudo não passa de mentira” e se diz perseguido por setores da polícia e da justiça. E o advogado dele, Welton Roberto, disse que o depoimento do pistoleiro é uma farsa.

E a Polícia Federal em Pernambuco nega a prisão e o depoimento do suposto pistoleiro, o que entorna ainda mais o caldo.

Dudu está retornando ao mandato, o que significa que Cícero Ferro não é mais deputado – a não ser que os deputados Maurício Tavares e Marcelo Victor decidam adoecer no lugar dele (Dudu).

A semana promete e a Assembléia Legislativa alagoana, em pleno recesso, pode pegar fogo porque o rato que a montanha pariu antes se transformou num bicho de sete cabeças.