Sobre a propalada escalada da violência em Alagoas, quatro notícias chamam a atenção pelo caráter peculiar que mostra as três faces da violência no Estado.

A primeira face:

Já não se fala mais sobre o plano para matar os deputados Maurício Tavares e Dudu Holanda; sabe-se agora que a notícia foi uma “denúncia anônima falsa”, mas, pelo sim, pelo não, os deputados decidiram reforçar a guarda e mudar radicalmente os hábitos.

Dudu nunca entra de vez com o carro na garagem – antes, os seguranças fazem a “varredura ótica” da área.

O deputado Maurício Tavares idem e também na base do “gato escaldado tem medo de água fria” ou “onde há fumaça, há fogo”.

Segunda e a terceira face da violência:

Sobre a estudante Giovana Tenório, raptada e assassinada, e o garçom Genival dos Santos, brutalmente assinado numa discussão de trânsito, eles deixam a condição de vítimas e passam a ser culpados da própria morte.

No caso Giovana, foi inventada a “estória” de um débito de 140 reais com uma tal de Manu; débito oriundo da compra de drogas – segundo as testemunhas arranjadas pela defesa. Isto quer dizer que vai sobrar pra Manu.

A Manu mandou matar a Giovana para não pagar 140 reais! É isto. É tudo mentira, uma coisa nada tem a ver com a outra, mas mentir também é arte.

Aí vem o caso do garçom Genival da Costa, que teve o infortúnio de cruzar com Arthur Fonseca, conhecido como “El Matador” – que desde 2007 vem matando gente impunemente em Maceió e todas as vítimas cruzaram seu caminho.

Os motivos dos crimes praticados por “El Matador” são todos fúteis. Mas,no caso do garçom, o acusado diz que foi agredido e que matou com a arma da vitima – que estava desarmada.

Aí vem a quarta face da violência, que é o caso do modelo covardemente assassinado em Viçosa e enterrado com os projéteis no corpo por um “descuido” (?) do médico-legista.

Interessante é que a arma do crime, uma pistola, entregue à polícia para confecção da prova material não é a mesma pistola usada pelo assassino.

Sacaram a manobra?

São três vítimas da violência praticada por criminosos que tem dinheiro para mudar a história e, ainda que sustentando uma “estória”, podem conseguir transferir a culpa para as vítimas – que não podem se defender.

Sim, é verdade que mentir também é arte. Mas, quando se mente para ludibriar o processo, o resultado é sempre um culpado livre.