O que tem por trás da notícia (sabe-se agora falsa) sobre o plano para matar os deputados Maurício Tavares e Dudu Holanda?

Tem de tudo.

Em primeiro lugar vamos lembrar que o “acaso” não existe; que nada se dá por acaso, porque nada se move sem que se tenha produzido trabalho ou esforço.

É a inquestionável lei da Física.

E se nada é por acaso, então essa notícia é oriunda de “algum esforço” – que tem origem e deve ser identificado; mesmo a ligação telefônica anônima deixa rastro.

O fato é que os deputados Maurício Tavares e Dudu Holanda vivem sobressaltados com a “sombra” do deputado Cícero Ferro, e não adiantam eles negarem. É o óbvio ululante, que a sociedade enxerga até na escuridão.

O revezamento que foi acordado para que um e outro se licenciem, para garantir Cícero Ferro no mandato, incomoda os dois – que não sabem o que fazer e esta é outra realidade óbvia.

Há também, por trás da notícia que se sabe agora que é alarme-falso, os interesses dos adversários do deputado Cícero Ferro ávidos por uma forra – mas sem coragem de enfrentá-lo abertamente e por isso agem na surdina.

Dizer que houve açodamento da polícia é menosprezar o princípio básico de que primeiro é preciso preservar a vida. Diante dessas conjunturas que formam o “caldo final” na relação dos três deputados, optou-se por pecar por excesso.

E como fica o deputado Cícero Ferro, acusado de tramar um plano que não existiu? Fica bem; o deputado Cícero Ferro saiu do episódio com moral.

E como ficam os deputados Maurício Tavares e Dudu Holanda? Não ficam; ou melhor: um fica e o outro sai, e assim sucessivamente até a cortina da atual Legislatura fechar.

E como fica a polícia? Fica furiosa porque, como se diz do jargão jornalístico, “deu uma tremenda barrigada” – que é quando a imprensa divulga um fato que não aconteceu.

É possível se divulgar um fato que não aconteceu? Isso existe?

Existe

Por exemplo: na década de 1970, o ex-presidente Juscelino Kubistcheck teve a morte dele anunciada quinze dias antes de acontecer de fato. A “barrigada” foi justificada – e ainda é justificada até hoje – como uma ação do governo militar para testar a reação popular, quando Juscelino morresse de fato. É por isso que levanta-se dúvida sobre o acidente automobilístico que matou JK - o automóvel onde Juscelino viajava foi abalroado numa curva por um caminhão desgovernado.

Mas, em todo caso, ufa! Era 1º de abril em janeiro.