Se o delírio deve ser por experiência com coisas reais, então vamos à realidade das experiências.

Experiências traumáticas, pois não, mas fazer o quê se somos os herdeiros das virtudes que perdemos?

Como sugere a Martha Suplicy, é relaxar e gozar – ainda que no gozo haja a pitada de masoquismo.

Falamos sobre as deficiências da policia alagoana e cobramos uma polícia eficiente, sem levar em conta a origem dessa polícia. Pior: esquecendo o que fizeram com a polícia.

Temos a banda boa, a banda podre e a banda vôo porque envolveram a instituição policial na política, do mesmo modo que usaram politicamente o Produban.

O Banco do Estado quebrou; e a polícia, que é o Estado e não pode quebrar, nada mais é do que a projeção do Estado que nós construímos – ou seria destruímos?

Mata-se para se experimentar a pistola nova. Um rapaz foi covardemente assassinado em Viçosa, na passagem do Réveillon, e se a família não permanecer em vigília o caso será apenas mais um no “arquivo morto” da polícia.

Enquanto não bate à própria porta, a violência tem sido apenas um acontecimento que só bate à porta dos outros.

Fomos deixando acontecer: a política na polícia, que se fragmentou em “bandas”, além da banda de música – e esta salutar e regulamentada.

Tem a banda de música, a banda boa, a banda podre e a banda vôo.

A banda vôo é formada por aqueles que não querem nada; uns conseguem vagas nas assessorias militares, outros se desestimulam com a impunidade e acham que não vale à pena correr atrás.

A banda podre tem sempre liquidez e a banda boa, mal remunerada, é tentada a mudar de lado diante da “prosperidade” dos colegas da banda podre.

E lá vamos nós exigindo que a polícia pegue o criminoso, se já nem sabemos de que lado vem o crime. Acho que estamos sendo demasiadamente exigentes.

E sabe quando vai melhorar? Quando o sargento Garcia prender o Zorro.