O Caso do modelo assassinado Erick Ferraz demonstra – mais uma vez - a falta de estrutura que os servidores do Instituto Médico Legal (IML) são submetidos a trabalhar diariamente. Esse não é um problema novo e já virou até motivo de piada sem graça nas rodas de conversa por toda Alagoas.
O procedimento adotado pelo IML foi errado, omisso e, porque não, irresponsável. O modelo foi sepultado com os projéteis balísticos que tiraram sua vida. Tais objetos seriam de fundamental importância para o desenrolar dos fatos e, conseqüente, punição dos criminosos responsáveis por mais um homicídio em Alagoas. Talvez, esse ‘mais um homicídio’ tenha sido o maior problema de todos.
No dia que o corpo do modelo deu entrada no IML, outras 14 vítimas aguardavam a necropsia e, posterior, liberação para sepultamento. Foi necessário que o pai do modelo, um senhor de 51 anos, com problemas de saúde, fosse às ruas cobrar Justiça para que a sociedade alagoana tomasse conhecimento da situação vexatória que o IML se encontra.
Diante do clamor popular, se questiona e há a exigência de uma resposta urgente da Secretaria de Defesa Social de Alagoas: Será que o corpo de Erick Ferraz foi o único a ser sepultado com projéteis balísticos? - Cá prá nós, tenho até medo da resposta.
As famílias e as vítimas esperam que não, já que sonham e/ou sonhavam – até agora - com a punição dos potenciais executores. Porque se não houver prova do crime, tão logo não haverá crime e os executores podem comemorar a virtual inocência assegurada pela inoperância estatal alagoana.
Mais uma do IML:
Em tempo solicito publicamente que o Secretário Dário César resolva – em definitivo – a angústia que Sebastião Pereira, pai do servente de pedreiro, Carlos Roberto Rocha, sofre desde 2004. Ele ainda busca o local que seu filho foi enterrado por servidores do IML. Até porque, o corpo de Carlos Roberto sumiu do poder do Estado e ninguém (por algum motivo alagoano) sabe informar onde fora sepultado o filho do seu Sebastião Pereira.
Dário, talvez os grandes problemas sociais o senhor não possa resolver apenas em três anos – período que ainda resta ao governador Téo Vilela – mas a aflição desta família o senhor pode findar se houver motivação política suficiente e determinação de sua Pasta.