O desenrolar da investigação para elucidação da autoria do crime de homicídio qualificado de que foi vítima o jovem Erick Ferraz mostra a precariedade na colheita e processamento dos elementos de prova.

O corpo foi sepultado, negligentemente, sem que se atentasse a um fator importantíssimo ao desenvolvimento regular da instrução criminal, com potencial reflexo na sentença a ser proferida.

É regra na necropsia que os corpos das vítimas fatais, decorrentes de ferimentos causados por PAF – projétil de arma de fogo, sejam explorados até a localização e recuperação do instrumento causador da morte, no caso, a bala – vulgarmente falando.

A única medida capaz de sanar este erro é a exumação para recuperação do projétil a fim de ser submetido ao exame de microcomparação balística, uma vez que fora apreendida uma arma supostamente usada no crime. 

Há muito se vem batendo na falta de condições de trabalho dos peritos e médicos legistas. O acontecido no caso em questão, infelizmente, é a regra por conta do descaso com que o setor técnico-pericial foi tratado ao longo dos anos.

De tudo isso fica a angústia da família, ainda em luto, em passar por mais um constrangimento ao ter de exumar e enterrar novamente um ente querido...