Brasília – Uns juram que é folclore e outros que não é. Seja como for o que parece é que a ficção em Alagoas vira realidade.
Aos fatos; primeiro ao que uns dizem ser folclore e outros que não é. Seguinte:
Contam que numa cidade do médio Sertão alagoano o prefeito pediu ao secretário de Obras para construir dois andares sobre uma casa, mas o engenheiro vetou.
Aborrecido, o prefeito foi tomar satisfação com o engenheiro:
- Por que você vetou a obra?
- Por causa da Lei da Gravidade.
- Pois então eu vou mandar um projeto para a Câmara derrubando essa tal de Lei da Gravidade e você constrói os dois andares.
Gente! Não foi mais ou menos isso o que aconteceu na Assembleia Legislativa com o projeto impedindo juiz de primeira instância de afastar deputado envolvido em irregularidade?
Guardada as devidas proporções sim.
O projeto significa, além da blindagem a posteriori, que a Assembleia alagoana legisla para o país!
Já que não pode impedir o juiz de agir, então cria-se uma lei sob medida. O “alfaiate”, ou seja, o autor da ideia, tem três razões para tal:
1) Age para se prevenir.
2) Age atendendo a pedido.
3) A terceira razão, a própria razão desconhece.
São atitudes iguais a essa que estão levando o Legislativo brasileiro à lama. Muitos desdenham da reação popular contrária e acham que não passará de “chiliques momentâneos”.
Esses podem ser surpreendidos; é aconselhável não menosprezar a Era da Internet – que já foi capaz de derrubar governos.
O voto, infelizmente, ainda continuará sendo comprado, mas o custo da eleição aumenta em progressão geométrica. E o eleitor-internauta também.
Daí, a tentativa de “derrubar a Lei da Gravidade” é mais que burrice; é, principalmente, o atestado de falência que o Poder Legislativo assina contra ele mesmo.