Brasília – Na véspera do Natal, a sociedade brasileira vai receber do Senado um presente de Natal inesquecível.
O que é, o que é?
Trata-se da proposta do senador Demóstenes Torres (DEM), que torna o Conselho Nacional de Justiça, o salutar CNJ, “imexível”, “irrevogável” e “inatingível”.
A proposta está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para ser votada nesta quarta-feira, 21, e, pela unanimidade obtida em plenário, será aprovada sem dúvida.
A senadora Ana Amélia (RS) puxou o discurso e os senadores presentes à sessão a apartearam para se solidarizar e criticar a decisão do ministro Marco Aurélio Melo, que concedeu liminar contra a atuação do CNJ.
- “Até agora, o CNJ já puniu 49 juízes por vários delitos, a maioria deles por venda de sentenças, e estava analisando outros 65 juízes, que, infelizmente, foram beneficiados por essa liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio às vésperas do recesso do Judiciário”, desabafou a senadora Ana Amélia.
O senador Pedro Taques (MS), no aparte, disse que somente no Mato Grosso do Sul foram afastados 10 juízes. Taques criticou o Supremo "por estar fazendo a Constituição", quando o seu papel é apenas o de interpretá-la.
- “O Conselho Nacional de Justiça tem uma importância fundamental e é uma exigência da sociedade, que deseja uma Justiça transparente e ética” – completou.
Presidindo a sessão desta terça-feira, a senadora Marta Suplicy disse que o Senado, igual a sociedade, “ficou atônito” com a decisão do ministro Marco Aurélio Melo.
-“Ficamos tão atônitos que, pela primeira vez, eu vejo uma sessão onde não há divergência entre os senadores” – concluiu a senadora petista.