Brasília – Deve fazer muito tempo mesmo, porque chamar alguém de ladrão era uma afronta que resultava em morte.
Hoje, ladrão é sinônimo de esperto. Ser ladrão é ser ativo, vivo, esperto e se dar bem; ser honesto é coisa de otário.
Deve fazer muito tempo mesmo, porque duvidar da masculinidade de alguém era uma afronta que exigia subterfúgios: “Haroldo”, “Pirôbo”, “Baitola”, “Três vezes oito”, “Boneca”...tudo, menos ir direto ao assunto.
Sapatão não era sapatão e sim “batia bolacha”.
O tempo mudou, de modo que esses cuidados em não melindrar o semelhante já se foram e tudo virou moda e modernidade.
Se essa modernidade ficasse restrita a essas searas, tudo bem. O perigo é que se diversificou de um jeito que o estado perdeu o controle.
No que se refere à criminalidade, aí é que o bicho pega. Cadeia não serve mais; ser algemado não é mais desonra.
Digam-me pois o que o poder publico deve fazer com o delinquente com “mestrado” e “doutorado” em cadeia, e que considera a cadeia um prêmio e não punição?
Os “Zés Bonzinhos” sugerem medidas de ressocialização e, enquanto isso, o crime atinge modalidade e níveis jamais imaginados.
Tocar fogo em ônibus, por exemplo, é moda em São Paulo, em Brasília – na semana passada tocaram fogo em seis ônibus em Águas Lindas de Goiás – no Rio de Janeiro e em Maceió.
O que fazer? Apreender a caixa de fósforo e o galão de gasolina ou tocar fogo também no meliante?
Em tempo: esses incendiários tem na cadeia o seu habitat e já não se importam com a cela – que é a única janela que eles têm para a vida.