Brasília – Sobre o julgamento da sua ação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a cassação do governador Téo Vilela e do vice José Thomaz Nonô, por abuso de poder econômico e político, o ex-governador Ronaldo Lessa não entendeu dois episódios:
1) A ministra Fátima Nancy Andrighi comunicou que não iria à sessão e foi.
2) O presidente do TSE, Ricardo Lewandowiski, abandonou a sessão para atender o chamado telefônico no celular.
Vamos por parte:
1) É normal o ministro atender chamadas no telefone celular.
2) Não é verdade que a ministra Fátima Nancy Andrighi comunicou que faltaria à sessão.
Aliás, ninguém sabe no TSE de onde partiu tal informação – que só circulou em Alagoas.
Sobre o julgamento da ação de Lessa muito se falou, muito se enfeitou e muito se mentiu; até o jornalista Ricardo Boechat pisou na bola na sua coluna na revista Isto É dizendo que o governador Téo Vilela estava “constrangendo” os ministros com visitas inesperadas.
Mentira. Isto não aconteceu.
Sobre o voto solitário do ministro Marco Aurélio Melo, que foi favorável a Lessa, só quem não conhece o ministro pode acreditar que tem o dedo do senador Fernando Collor – que é primo.
O ministro Marco Aurélio é conhecido por ser um “constitucionalista” apegado à técnica e, do ponto de vista técnico, a ação de Lessa tem respaldo sim. Só que esqueceram de dizer a Lessa que ninguém cassa um governador por causa de 1 mil e 600 cabras.
É também de uma inocência pueril atribuir ao senador Renan Calheiros a “pressão” sobre o TSE para favorecer Lessa. Só um idiota pode acreditar que alguém alimente o adversário em 2014.
Eu digo isso porque, no dia 5, uma semana antes da sessão do TSE, durante o lançamento do livro do jornalista Joaldo Cavalcante, eu estava em Maceió e, numa conversa com o ex-governador Ronaldo Lessa, disse-lhe que fosse cuidar da sua candidatura a prefeito de Maceió.
Estávamos numa roda de bate-papo com os jornalistas Carlos Melo, diretor-editor do Cada Minuto, o jornalista Luiz Vilar, o diretor do Ibrape, Francivaldo Dinis, e o diretor de Marketing do ASA e diretor Comercial do Cada Minuto, Sérgio Lúcio.
Lessa estava ansioso com a votação no TSE de sua ação, mas a informação que se tinha aqui era de que a vitória dele era improvável diante da “pequena monta” – era assim que se referiam à justificativa da denúncia, ou seja, 1,6 mil cabras para 200 carentes sertanejos.
Disse isso também ao companheiro Carlos Melo quando ele me perguntou como estava o quadro aqui em Brasília acerca do julgamento da ação de Lessa no TSE. Eu disse que era difícil o TSE aprovar a cassação do governador e que, no máximo, o que poderia acontecer era um ministro pedir vistas e adiar o julgamento.
Infelizmente, o que se viu foi a “espetacularização” da imprensa que procura chifres em cabeça de cavalo e acredita que pode achá-los.
PS – Abro o parêntesis para parabenizar minha filha, Thaísa Roberta Rocha Vilanova, pela aprovação em 17º lugar no curso de Direito na Faculdade Maurício de Nassau e meu filho Nelson Rocha Vilanova pela formatura em Agronomia na Ufal. Obrigado por tudo.