No fatídico episódio do assassinato da juíza no Rio de Janeiro, o governador carioca, Sergio Cabral, fez o seguinte desabafo:
- “Metade dos policiais (civis e militares) expulsos por envolvimento com crimes foram reintegrados por liminar judicial” (sic).
O governador disse mais; ele disse que “esperava ( com o episódio do assassinato da juíza ) que a Justiça mudasse o critério de concessão de liminar; que analisasse com muito mais cuidado cada caso.
Quando todos gritam contra a violência e exigem segurança, é imperioso saber que essa segurança começa com o estado e termina na casa do cidadão – ou seja: somos todos responsáveis pela segurança que exigimos, do mesmo modo que não se deve levar queijo à casa do rato.
Mais polícia nas ruas, apenas isso, não resolve – até porque, como o governador carioca ddenunciou, metade dos policiais envolvidos com crimes e que ele expulsou, a Justiça mandou reintegrar.
É possível que tenha havido falhas nos processos que expulsou esses policiais, mas isto não deveria justificar a ação protetora da lei diante dos antecedentes do beneficiado.
Acredita-se que não tenha havido nenhum erro e que todos os maus policiais expulsos da polícia do Rio de Janeiro se beneficiaram do excesso de técnica embutido na lei.
O pior é que o Rio de Janeiro não é caso isolado. O mau exemplo se espalhou pelo país e a sociedade assiste o mau vencer o bem, apenas porque o mau não teve o direito de defesa; não teve o direito de “provar” que não é o mau.
Quando todos sabem sê-lo.