Brasília – A retomada da produção de navios no Brasil foi uma decisão pessoal do ex-presidente Lula, que contrariou a tese dos que defendem a importação da China ou de Cingapura como mais econômica.

Para um país de dimensão continental e com um litoral extenso como o Brasil, digamos que essa tese é no mínimo antipatriótica. Isto porque, pelas características já expostas, não se justificaria um país com tantas águas navegáveis não dominar a tecnologia náutica.

Some-se a isto o fato de o país dispor de ferro em abundância, para ser transformado em aço. É verdade que o país exporta a matéria-prima (ferro) e importa o aço, mas isto está longe de ser um problema que justifique o não investimento na indústria naval.

Com a descoberta de jazidas de petróleo no Pré-Sal, o debate sobre a viabilidade da indústria naval brasileira sofreu abalo e os que eram contrários agora estão calados; só não se sabe se calados e torcendo contra a implantação dos estaleiros – e não só o estaleiro prevista para Alagoas, mas todos os demais já aprovados.

São dez estaleiros ao todo; cinco deles em construção e os outros cinco ainda dependendo de financiamento e da licença ambiental – e este é o caso do estaleiro alagoano.

Sobre o estaleiro de Alagoas, o atraso no início da obra não se deve à reação interna de grupos ou pessoa; não é verdade que há políticos que estão trabalhando contra o estaleiro em Coruripe.

O que existe, de fato, e que atrasa o estaleiro alagoano é o próprio atraso de Alagoas, o que se deve aos seguidos desgovernos que não cuidaram da infraestrutura; que não cuidaram de preparar o Estado para receber investimentos em industriais de tal magnitude.

Hoje, pode-se dizer e comprovar, que os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP) estão se empenhando ao máximo para romper essas amarras que dificultam o investimento.

O primeiro passo, o que é fundamental para o projeto, é a reabilitação de Alagoas no Fundo da Marinha Mercante, de onde virá os recursos necessário ao projeto. Esta é agora a luta do senador Renan Calheiros, que já conversou com o governador Téo Vilela (PSDB) e com o empresário German Efromovich – que é dono de dois estaleiros no Rio de Janeiro e quer implantar o terceiro estaleiro em Alagoas.

A luta pelo estaleiro em Alagoas é mais árdua e, por conseguinte, tem sido mais sacrificada, porque o projeto alagoano é uma idéia de um homem só – no caso, o empresário German Efromovich – enquanto na Bahia e no Espirito Santo os projetos dos estaleiros lá são proposta d e um consórcio poderosíssimo – que tem à frente as empreiteiras Queiroz Galvão e Norberto Odebrecht.

O momento é de união de todos e nisto, felizmente, está acontecendo pelo menos em nível do Senado, com a disposição dos senadores Renan Calheiros e Benedito de Lira, que transformaram o projeto em questão de honra para eles.

Falta agora a bancada na Câmara Federal se integrar com afinco à luta pelo estaleiro. Que venha ,pois, o estaleiro e nos deixe a todos a ver navios.

Literalmente.