Amigos, a nova onda da esquerda americana é o tal movimento “Ocupem Wall Street”. O grupo está protestando contra as “desigualdades sociais” e contra a “ganância dos bancos”. É um protesto contra o capitalismo e contra “tudo que está aí”.
Bancos não são santos e certamente há muito o que melhorar na regulação do sistema financeiro, mas não dá para levar a sério esse “movimento”. Entre tantas razões, não o levo a sério porque é um movimento contra o “sistema capitalista”, e isso é, por si só, uma bobagem.
Slavoj Žižek, um dos intelectuais de esquerda mais famosos do mundo foi lá discursar. Num dos trechos de sua fala, ele chama a atenção para a necessidade de apresentar uma alternativa ao sistema capitalista. Reclama do mundo de “falsa liberdade” e pede que os manifestantes resistam à acusação de que são “comunistas”. No fundo, é só o velho antiliberalismo de sempre.
A fala toda é de uma tolice sem tamanho. Reclamar da liberdade vivendo no conforto de uma democracia é tão fácil, né? Aliás, o grande problema desses extremistas de esquerda é que eles não se conformam com o fato de que uma sociedade livre é o melhor modelo político de que dispomos até hoje. Por isso se esforçam tanto em tentar apontar um futuro sem economia de mercado. Mas quando questionamos sobre a concretização desse futuro, eles fogem do debate.
É que não há o que mostrar. O perigo não está no liberalismo. O perigo está, justamente, nos inimigos do liberalismo. E os protestantes não querem ser confrontados com as desgraças causadas por todos os sistemas antiliberais já tentados e os até hoje existentes. São os profetas de uma causa que não tem forma. São utopistas sonhadores.
Lamento informar que, com todos os seus defeitos, o sistema de economia de mercado é justamente o que possibilita a diminuição da pobreza e o desenvolvimento de tecnologia, remédios, vacinas, enfim, tudo o que serve para melhorar nossa vida. Pobreza se combate com mais liberdade, educação e oportunidades, não com protestos idiotas.
Mas não adianta tentar conversar com um dos ocupantes ou simpatizantes do movimento. Uma mistura de anarquismo com insatisfação adolescente impede o diálogo racional. Aliás, o tal movimento se caracteriza justamente por não ter uma pauta definida.
Será que os protestos vêm ao Brasil? Antes será preciso perguntar se os mais pobres abrem mão de comprar carro em 120 meses com a ajuda de dos malvados bancos! Será preciso também perguntar se os brasileiros abrem mão de comprar eletrodomésticos em 20 vezes ou um celular em 12 vezes sem juros.
Acho que os brasileiros vão preferir ocupar os shopping centers.
Aliás, na verdade, esse não é um problema. Os protestantes de Wall Street fazem sua mobilização pela Internet, com seus Iphones e Ipads. Imagino eu que eles querem o fim do capitalismo, mas mantendo seus equipamentos eletrônicos, não é?