Algumas pessoas confundem a controvérsia política com a crítica pessoal. Isso é muito ruim. Vivo denunciando o argumento ad hominem e a confusão entre a discordância de ideias e a discordância pessoal.

Tenho vários amigos que se dizem de esquerda e nem por isso vivemos brigando. Por outro lado, conheço várias pessoas que desprezo e ela têm, muitas vezes, crenças políticas parecidas com as minhas.

Isso ocorre porque opinião política nem sempre está relacionada com o caráter. A amizade, por exemplo, vai muito além disso. O respeito pelo outro deveria ser algo fora de qualquer disputa ideológica. E isso se evidencia agora quando o ex-presidente Lula vai se tratar de uma grave doença.

Por um lado, adversários políticos passam a louvar a doença como forma de destruição do outro, repetindo aquilo que alguns petistas fizeram com Mário Covas. Gente desprezível que trata o ser humano como meio e não como fim. Triste.

Por outro lado, alguns petistas já estão tentando obter ganhos políticos com a doença. Enfatizando a mitologia do homem que supera todas as dificuldades para o bem do povo... Quanta canalhice. Quanta irresponsabilidade.

Usar a doença para atacar um adversário é tão nefasto quando usá-la para fazer proselitismo eleitoreiro.

É hora de desejar que Lula supere esse obstáculo e permaneça na política. É lá que ele e suas ideias devem ser combatidos.

Um pouco mais de decoro, por favor!