Exigências da FIFA vêm causando polêmica. Entre outras coisas, a FIFA não aceita privilégios do preço de ingressos, como meia-entrada para estudantes, idosos, gordos ou feios. Também não aceita a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios.

Em suma, a FIFA pode, com suas exigências, melhorar a administração do futebol no Brasil? Não creio.

Isso só mostra nosso atraso. Ainda achamos que privilégios nos preços de ingressos são algo interessante e pensamos que a violência nos estádios é causada pelo torcedor e não pelos delinquentes de torcidas organizadas. Só um idiota não vê. Quem custeia a meia-entrada não é o empresário (o vilão de sempre). Quem paga são os brasileiros comuns, que não têm privilégios. Pagam o dobro do preço para que estudantes possam se divertir.

Sem contar que o governo brasileiro flerta com a proposta de ingerência da FIFA nos seus assuntos internos. Afinal, deveríamos nós mesmos reformar nossa legislação atrasada e gerir nosso futebol. Ah, imagine se fosse FHC! Admitindo mudar as leis do país só para se adequar a exigências de uma entidade estrangeira! Já haveria gente na rua gritando “Fora FHC, fora FIFA”!

Ficamos assim. No mérito, a FIFA tem toda razão em muitas de suas exigências. Na forma, porém, trata-se de ingerência em assuntos internos. E qual a solução do governo? Pedir penico e fazer uma lei especial só para a Copa. Quando a Copa acabar, privilegiados continuarão pagando meia-entrada e o torcedor comum pagará mais caro. E terá que beber refrigerante, enquanto as torcidas organizadas organizam suas arruaças. Sem álcool, mas com muita droga, é claro!