Brasília – Na semana do clássico Flamengo e Fluminense a discussão esquentada pela imprensa ficou por conta dos técnicos Abel Braga e Vanderley Luxemburgo e o tema foi a “bunda”.
Isso mesmo! O tema da discussão entre os técnicos do Flamengo e Fluminense foi a “bunda”, também conhecida como nádegas.
Mas, antes de falar sobre a “bunda” do Fla-Flu, eu quero recordar outra “bunda” famosa no começo da década de 1970, em pleno governo militar. Deu-se no extinto e saudoso “Jornal de Alagoas”.
Na véspera do dia 31 de março, quando se comemorava a “revolução de 1964”, saiu uma nota publicada no “Jornal de Alagoas” que dizia assim:
"Amanhã haverá retreta na Praça dos Martírios, com a bunda de música de 20º BC"
Isso mesmo o que vocês leram; retreta na Praça dos Martírios, em comemoração à “revolução de 31 de março de 64”, com a “bunda” de música do 20 BC. Pense na confusão!
Logo pela manhã um jeep do Exército estacionou na porta do “Jornal de Alagoas”, que funcionava onde hoje é o calçadão na Rua Lourenço de Albuquerque, e um oficial entregou a intimação para o jornalista Arnoldo Jambo, diretor-geral, comparecer à presença do comandante.
Arnoldo Jambo , que mais tarde foi promovido a diretor do Diário de Pernambuco, se fez presente e explicou o incidente; Arnoldo disse que o linotipista escreveu errado e que não havia nenhuma intenção de desmerecer a banda de música do 20 BC, muito menos o Exército, e especialmente a revolução.
Felizmente o comandante aceitou a explicação e também a proposta para o jornal publicar uma errata e se desculpar publicamente na edição seguinte.
Ufa! Tudo certo. Foi aí que o Arnoldo Jambo, espirituoso como era, se virou para o comandante e disparou essa:
- Coronel! Pensando bem está tudo certo mesmo. Afinal, a bunda não tem duas bandas?!
Na véspera do Fla-Flu, domingo, o técnico Abel Braga ao se referir ao gol de barriga do Renato, que deu o título Carioca ao Fluminense contra o Flamengo, disse que desejava ganhar com “gol de barriga e até gol de bunda”.
Provocado, o técnico Vanderley rebateu dizendo que só se for com a bunda dele (Vanderley). E não é que se deu um gol de bunda!?
Foi sem querer, é verdade, mas saiu um gol de bunda. Na falta – aliás, que falta! – cobrada pelo Botinelli a bola bateu no travessão e quicou no chão acertando a bunda do goleiro Fluminense.
Gol do Flamengo!
Afinal, o saudoso Arnoldo Jambo tem razão: a bunda tem duas bandas. E, no caso do goleiro do Fluminense no gol do Flamengo, a bunda vôou.
Literalmente.