Leio na Folha on line:
“Depois de um grande embate, a Câmara aprovou nesta quarta-feira o Estatuto da Juventude. O texto, que segue para análise do Senado, considera como jovens todas as pessoas com idade entre 15 e 29 anos.
Um dos pontos do estatuto prevê a meia-entrada para todos os jovens estudantes nessa faixa etária, em eventos de natureza artístico-cultural, de entretenimento e lazer, em todo o território nacional, inclusive para jogos de futebol. Hoje, leis que regem a meia-entrada são estaduais e não federais”.
É isso mesmo que vocês estão lendo. Segundo esse projeto, o sujeito de até 29 anos terá vários privilégios. Entre eles, o que mais gera polêmica é a meia-entrada em eventos esportivos e artísticos. Mas há também desconto de 50% do valor dos transportes intermunicipais e interestaduais.
No Brasil, é assim. O Estado exerce controle de preços em plena democracia. E ainda dizem que somos capitalistas!
Até num Estado de bem-estar é necessário manter a liberdade dos negócios. Se o Estado quer redistribuir, que o faça com políticas públicas eficientes, pelo menos. Que o faça às claras. Que cobre tributos progressivos.
Mas isso, no Brasil, não é suficiente. Eles querem garantir privilégios legais a grupos específicos em detrimento dos demais. É um absurdo! O projeto prevê até a criação de conselhos da juventude. Mais cargos para os amigos, claro. Quanto desperdício de energia para contribuir com o atraso do país!
Estamos deixando passar essas leis ridículas sem resistência. É politicamente incorreto criticar esses privilégios. Mas eu critico. É ou não um absurdo um idoso (?) de 60 anos tenha direito a passagem de ônibus de graça? É ou não absurdo que um estudante de doutorado, devidamente empregado, tenha direito a pagar metade do ingresso de cinema?
Agora me digam. Quem são os verdadeiros reacionários? Os esquerdistas malucos que defendem esses absurdos ou quem, no Brasil, clama por um regime de verdadeira liberdade?
Quero lembrar que, como acontece com toda medida redistributiva, alguém paga pelo benefício aos “jovens”. Nesse caso, quem paga são os não privilegiados, claro. Afinal, o empresário é um ser racional e vai orientar o preço do ingresso para cobrir seus custos e sua margem de lucro. Assim, o Estado, ao invés de fazer redistribuição por meio de políticas sociais, coloca a conta nos empresários que, obviamente, repassarão aos consumidores. É, antes de tudo, uma forma burra de promover a cultura entre os privilegiados.
Considerando que, no Brasil, já há o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso e, agora, o Estatuto da Juventude, sobrou para quem? Para você que tem entre 30 e 59 anos de idade.
Pobre cidadão brasileiro.